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A Vida Marinha com Steve Zissou (filme)
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A Vida Marinha com Steve Zissou

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

A Vida Marinha com Steve Zissou, o quarto longa-metragem de Wes Anderson reúne aventura com comédia e o visual colorido do diretor.

Depois do elogiado Os Excêntricos Tenembaums (2001), Wes Anderson continuou a pavimentar sua carreira como diretor autoral. Assim, realizou filmes com um pé na fantasia, cores saturadas, cenários construídos em estúdio que não se preocupam em parecerem reais, e um humor particular baseado na farsa.

Em A Vida Marinha com Steve Zissou, Bill Murray vive o personagem do título, um pesquisador marinho que produz documentários sobre suas expedições, na linha de Jacques Cousteau (a quem o filme é dedicado). No seu último programa, um tubarão-jaguar mata seu companheiro de equipe e amigo. Como ele não conseguiu registrar uma imagem dessa criatura, todos pensam que ele inventou a estória. Por isso, ele parte novamente para o oceano a fim de provar a existência do animal. À equipe habitual, juntam-se Ned (Owen Wilson), que pode ser um filho ilegítimo de 30 anos que ele desconhecia, e a jornalista Jane (Cate Blanchett), que Zissou há tempos tenta conquistar. Então, a aventura ganha tons dramáticos quando uma quadrilha de piratas sequestra um dos membros da equipe.

Experiência diferenciada

Wes Anderson sempre nos brinda com uma experiência diferenciada. No início de A Vida Marinha com Steve Zissou, assistimos ao oceanógrafo Zissou falando sobre sua última jornada, filmado em formato televisivo de pouca qualidade, cores saturadas e uso exagerado de letreiros. Descobrimos que se trata de uma metalinguagem, esse trecho é o último programa que ele gravou, e após sua exibição em um cinema, ele se apresenta para uma sessão de debate.

Os momentos mais mágicos são descaradamente artificiais. Por isso, lembram algumas obras de Federico Fellini, como E La Nave Va (1983). São as duas sequências que mostram o interior do submarino como se esse não tivesse uma das laterais. Aliás, lembrando até a visão que o personagem de James Stewart tinha em Janela Indiscreta (1954), ao mostrar o que acontece em diversos cômodos da embarcação. Em uma delas, a câmera atravessa as salas em um plano-sequência. Mais que artificiais, essas cenas são puramente artísticas, como também outras em que animações tomam o lugar de efeitos especiais que lutam para parecerem reais.

Elenco fantástico

No elenco, Bill Murray é a escolha ideal para o tipo de humor de Wes Anderson. Ou seja, aquele que pede que o ator interprete seriamente uma cena cômica, exatamente a especialidade de Murray e sua impassível “poker face”. Já o histriônico Owen Wilson claramente se esforça para conseguir esse efeito. Apesar disso, Wilson faz parte da trupe de Anderson, grupo de atores que ele escala em vários de seus filmes. Entram nele também o próprio Murray e Anjelica Huston (aqui como a atual esposa de Zissou). Para os brasileiros, a curiosidade é a presença de Seu Jorge como um dos membros da tripulação. Ele, em vários momentos, canta versões em português de músicas diversas, principalmente de autoria de David Bowie.

Em suma, A Vida Marinha com Steve Zissou comprova que Wes Anderson é um dos mais consistentes cineastas autorais contemporâneos.


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