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Aline - A Voz do Amor (filme)
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Aline – A Voz do Amor

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Aline – A Voz do Amor se baseia na vida da cantora canadense Céline Dion. Não é uma cinebiografia padrão, mas uma rara versão cômica e livre da história da pessoa retratada, que aqui ganha o nome fictício de Aline Dieu.

O relato começa lá atrás, em 1932, em Quebec, quando os pais de Aline se conhecem. Tal recuo se justifica porque a mãe de Aline se tornaria uma figura muito presente em sua vida. E, também, para explorar comicamente o fato de a cantora canadense, de fato, ser a caçula entre os catorze filhos do casal.

Este é o sexto longa-metragem dirigido pela atriz Valérie Lemercier, que também faz o papel principal e ainda assina o roteiro, junto com Brigitte Buc, sua parceira na escrita em seu filme Palais Royal! (2005). A comédia presente em seu último trabalho na direção, 50 São os Novos 30 (Marie-Francine, 2017), surge logo nesse prólogo com as origens da protagonista Aline.  Filmado com cores fortes, típicas de seu tom farsesco, esse segmento passa rapidamente numa montagem divertida, que conduz até o despontar do talento vocal da Aline ainda criança, aos 12 anos.

Logo depois, curiosamente, a própria Valérie Lemercier, com 55 anos na época das filmagens, interpreta a protagonista com 12 anos, quando começa a sua carreira musical. Lembra o que Brian De Palma fez em Trágica Obsessão (1976), para revelar traumas freudianos. Mas, desta vez, o estranhamento de uma adulta se fazendo passar por uma criança adiciona um toque de humor ao filme. E, ainda, ressalta que essa biografia não se prende a fatos.

Comédia pouco musical

A comédia domina o tom de Aline – A Voz do Amor, com alguns momentos bem engraçados. Um deles, quando a cantora reaparece em versão “recauchutada”, com música romântica e câmera lenta, na frente do seu empresário e futuro marido Guy-Claude Kamar (Sylvain Marcel). Mas, também traz seus momentos de romance e drama.

O filme quebra as expectativas por não ser um musical, embora retrate a história de uma cantora. Em vários trechos, nem ouvimos a protagonista cantando, apenas ela performando com outra canção de fundo; às vezes, essa música sequer faz parte do repertório de Céline Dion. A intenção deve ser a de manter o foco na comédia, mas também pesa o fato de Valérie Lemercier não ser uma cantora; as partes em que ela está no estúdio ou no palco cantando são dubladas por Victoria Sio.

Assim, por se distanciar do gênero musical, Aline – A Voz do Amor apresenta as canções na medida exata. Com exceção, apenas, da cena final, quando a letra da canção representa uma epifania da cantora sobre sua carreira; mas, apesar disso, poderia ser mais curta. No geral, o filme tem um ritmo ágil, e nem sentimos suas mais de duas horas de duração. Merece mérito por isso a direção de Lemercier, que insere recursos visuais criativos para acelerar a passagem do tempo; por exemplo, quando Aline passa boiando grávida na piscina, e, em seguida, ela surge novamente, já com seu bebê no colo. Da mesma forma, quando ela dá boa noite para o filho na cama dele e, quando retorna de manhã, ele já está bem crescido.

Quebrando expectativas, Aline – A Voz do Amor é uma cinebiografia que diverte. Mas, pode frustrar quem espera um relato fiel da história de Céline Dion.

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Ficha técnica:

Aline – A Voz do Amor | Aline | 2020 | 126 min | Direção: Valérie Lemercier | Roteiro: Valérie Lemercier, Brigitte Buc | Elenco: Valérie Lemercier, Sylvain Marcel, Danielle Fichaud, Roc Lafortune, Antoine Vézina, Pascale Desrochers, Jean-Noël Brouté.

Distribuição: Imovision.

Trailer:
Onde assistir:
Aline - A Voz do Amor (filme)
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