Pesquisar
Close this search box.
Alphaville (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Alphaville

Avaliação:
7/10

7/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

No início de sua carreira, Jean-Luc Godard explorou amplamente o cinema de gênero. Por exemplo, trabalhou o policial em Acossado (1960) e O Demônio das Onze Horas (1965), a comédia romântica em Uma Mulher é Uma Mulher (1961) … e a ficção-científica em Alphaville (1965). Mas, sempre com suas adições pessoais às fórmulas clássicas.   

Por isso, Alphaville desponta, talvez, como o primeiro sci-fi noir, a não ser que você considere que A Morte Num Beijo (1955), de Robert Aldrich, um exemplo desse gênero misto, por causa da conclusão com a bomba atômica que encerra um film noir em sua essência. Mas, o filme de Jean-Luc Godard mescla os elementos desses gêneros cinematográficos com maior evidência, e intencionalmente.

Afinal, o protagonista é um investigador que se dirige para a cidade de Alphaville com uma missão secreta. Ele precisa encontrar um cientista e salvar a população do computador Alpha 60, pois a máquina aboliu os sentimentos das pessoas. Vestindo sobretudo e chapéu, esse agente, Lemmy Caution, emula os detetives durões dos films noir. Além disso, elementos como a narração em off e ambientes escuros, cheios de sombra, remetem também ao gênero.

O toque de Godard

Ainda fiel à nouvelle vague, Godard traz inovações aos padrões do cinema clássico. Várias soluções soam, ainda hoje, ousadas, apesar de nem todas funcionarem tão bem em termos de narrativa. Enumeramos aqui algumas dessas novidades:

  • Câmera sempre em movimento,
  • Uso de imagens estáticas em cenas de luta corporal,
  • Perseguições de carros filmadas do alto,
  • Uso do negativo dos filmes em alguns breves trechos,
  • Pessoas agonizando nos corredores labirínticos,
  • Letras e palavras interrompendo as cenas,
  • O neon dos anúncios das ruas visto através da janela do apartamento.

Muitos desses recursos inspiraram futuras produções, especialmente de ficção científica. Porém, o que mais chama a atenção é a ideia do computador que ganha vida própria, fala com as pessoas, e tenta dominá-las. Afinal, Stanley Kubrick só viria a realizar 2001: Uma Odisseia no Espaço em 1968.

Elenco

Eddie Constantine vive o protagonista durão Lemmy Caution. Na verdade, esse ator americano já havia interpretado esse personagem criado por Peter Cheyney, uma imitação francesa de Humphrey Bogart, em outros filmes, desde Brotinho Venenoso (1953).

Ao lado dele, está Anna Karina, então casada com Godard, como a mocinha em perigo. Por fim, curiosamente, vários nomes familiares em papeis secundários. Por exemplo, Christa Lang (futura esposa de Samuel Fuller), Jean-Pierre Léaud (dos filmes de François Truffaut), e László Szabó (ator de outros filmes de Godard).


Alphaville (filme)
Alphaville (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo