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Amora (filme)
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Amora

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Com um toque de erotismo, o filme Amora retrata uma vila coreana na época da ocupação japonesa.

O erotismo aparece no tema, e não em cenas de sexo ou nudez, que são comportadas. Acontece que a história gira em torno de An-hyeop, uma bela esposa que se prostitui enquanto seu marido passa meses viajando. Ela vive em uma comunidade pobre, então, ela faz sexo em troca de mercadorias ou favores. Assim, todos os homens da vila já transaram com ela pelo menos uma vez. A única exceção é um vizinho com modos de ogro, a quem ela rejeita, para desespero dele.

Em sua maior parte, Amora exala alegria. É divertido ver como An-hyeop seduz com facilidade os homens, que ficam loucos por ela. Então, dessa forma, ela consegue uma vida confortável. Porém, sua ambição e sua ousadia levam ao momento da virada dramática da história. Nesse ponto, as mulheres traídas se revoltam e espancam brutalmente a moça.

Em contrapartida, o filme apresenta o passado de An-hyeop. Uma breve cena demonstra que ela começou a vender seu corpo quando era jovem e estava desesperada. Dessa forma, ela conseguiu alimento para seus irmãos pequenos que sofriam com a fome. Com isso, a trama oferece ao espectador motivos para não julgá-la, como fizeram as mulheres da vila.

A conclusão

A parte final de Amora praticamente repete, quadro a quadro, o seu início. Ambos os trechos trazem o marido de An-hyeop partindo para uma nova viagem, que costuma durar meses. Porém, na conclusão, vemos a protagonista chorando muito, pois ela percebe que esse é um ciclo que continuará a se repetir. Além disso, nesta última visita, ela testemunha, talvez pela primeira vez, o marido se importar com ela.

Por outro lado, há a presença do soldado japonês nas duas visitas do marido à esposa. Um dos moradores até comenta que, se ele está na vila, com certeza o marido chegou. Apesar de o filme não deixar claro, é provável que os dois sejam amantes. De fato, isso explicaria a tristeza de An-hyeop no desfecho e o fato de o marido aceitar a prostituição da esposa.

Essa história pitoresca, com personagens fortemente enraizados na cultura local, lembra produções brasileiras com o mesmo tom. Em especial, Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), que também retrata uma apimentada protagonista, sexualizada e amoral. Neste filme sul-coreano, ao invés da flor, entra a amora, cujas árvores são essenciais para prover as folhas que alimentam o bicho de seda. Com ela, os camponeses obtêm o fio que lhes dá sustento. Emblematicamente, An-hyeop colhe uma folha de amora antes de vender o seu sexo, que lhe garante, da mesma forma, a sua sobrevivência.

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Ficha técnica:

Amora | Pong | 1985 | Coreia do Sul | 114 min | Direção: Doo-yong Lee | Roteiro: Sam-yuk Yoon | Elenco: Mi-sook Lee, Dae-kun Lee, Moo-jung Lee.

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