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Poster de "Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou"
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Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou

Avaliação:
4/10

4/10

Crítica | Ficha técnica

A cineasta Joanna Arnow se expõe corajosamente em seus filmes. Segundo ela, suas obras são autoficção. Ou seja, diferente de uma autobiografia, pois ela cria personagens muito próximas de si, mas sem a limitação de retratar a realidade. Assim, consegue ganhar visibilidade para levantar a bandeira de revelar como é a vida de uma pessoa adepta ao BDSM (Bondage, Disciplina, Sadismo, Masoquismo), sem os clichês que todos conhecem. Faz parte dessa estratégia declarar essa intenção em entrevistas. E usar títulos que chamam a atenção, como seu quase curta de 56 minutos i hate myself 🙂, de 2013 – grafado desta forma, em minúsculas, e com o símbolo de sorriso no final. Agora, lança seu primeiro longa de fato, com o longo título Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou (The Feeling That the Time for Doing Something Has Passed).

Esse filme é estruturado em capítulos que levam os nomes de personagens que interagem com a protagonista Ann, interpretada pela própria diretora e roteirista. O primeiro deles, por exemplo, é Allen (Scott Cohen), um homem mais velho que mantém uma relação BDSM de longa data com Ann. É um dos seus “sex friends”, termo que ela mesmo usa. Dentro dos capítulos, estão pequenos esquetes. Alguns deles são dramáticos, mas a maioria humorísticos, que retratam um pouco da vida da personagem principal, com o foco em mostrar o peculiar ponto de vista dela.

Joanna Arnow se mantém coerente com a sua proposta. Portanto, nem ela nem nenhum de seus parceiros BDSM veste roupas de couro ou pega um chicote. O lance dela é a submissão, por isso, ela geralmente está totalmente nua, disposta a obedecer as ordens do seu “mestre” da vez. E, em nenhum momento, ela demonstra prazer.

Um retrato do tédio

Aliás, o prazer parece ausente da vida de Ann. Ela expressa um pouco de satisfação no namoro tradicional com Chris (Babak Tafti), que é um cara tão gentil que até aceita que ela continue tendo outras relações casuais BDSM. Mas, parece entediada quando está com os pais (interpretados pelos próprios pais de Joanna Arnow) e no trabalho convencional de escritório. E chega a ser grosseira com a irmã.

Enfim, Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou, mesmo sendo uma autoficção, certamente retrata o tédio que sente a sua criadora. E ela faz isso buscando ser o mais autêntica possível. Portanto não disfarça que o longa foi filmado em vídeo, com engradamentos improvisados, o que deixa uma aparência amadorística. Seu maior mérito é não ter medo de se expor de tal maneira. Alguns espectadores vão achar graça nesse mau humor todo, outros se identificarão com a diretora, mas a maioria provavelmente não vai apreciar o tema nem a forma. Faz parte da sua proposta.

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Ficha técnica:

Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou | The Feeling That the Time for Doing Something Has Passed | 2023 | 87 min | EUA | Direção: Joanna Arnow | Roteiro: Joanna Arnow | Elenco: Joanna Arnow, Scott Cohen, Babak Tafti, Michael Cyril Creighton, Alysia Reiner, Barbara Weiserbs, David Arnow.

Distribuição: Synapse Distribution.

Assista ao trailer aqui.

Onde assistir:
Cena de "Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou"
Cena de "Aquela Sensação Que o Tempo de Fazer Algo Passou"
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