Pesquisar
Close this search box.
Black Sabbath (poster)
[seo_header]
[seo_footer]

As Três Máscaras do Terror

Avaliação:
6/10

6/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

“As Três Máscaras do Terror”: O filme que inspirou o nome da banda Black Sabbath

O filme do mestre do terror italiano Mario Bava ganhou fama adicional porque seu título norte-americano, “Black Sabbath”, inspirou o nome da banda de heavy metal que contou com Ozzy Osbourne em sua formação. Mas, à parte essa honra incidental, “As Três Máscaras do Terror” é um clássico do suspense episódico.

O longa-metragem, na verdade, reúne três histórias, apresentadas por Boris Karloff, que na época já era um veterano do gênero. Ele introduz o filme em si, convidando a plateia a embarcar no clima sombrio por vir, como que repetindo a apresentação da clássica versão de “Frankenstein” de 1931, dirigida por James Whale, onde o ator interpretava o monstro. E chama também cada um dos episódios.

Os episódios

O primeiro, “O Telefone”, é um suspense que se passa na época contemporânea da produção. Traz a atriz Michèle Mercier em clima fortemente sensual, despindo-se de suas meias ou vestindo camisola ou somente toalha. Ela faz o papel de Rosy, uma jovem que recebe telefonemas ameaçadores de um ex-amante que já morreu. É a sequência que melhor resistiu ao tempo, apesar de que um trailer da época se referia ao filme como sendo “moderno como o telefone”, o que hoje soa bastante engraçado.

A segunda história é “Wurdalak”, baseado em livro de Aleksei Tostoy. Nesta, o próprio Boris Karloff atua, como o patriarca de uma família russa do século 19 que se encontra envolvido em uma maldição vampiresca. Tudo começa quando Vladimir D’Urfe (Mark Damon) encontra um cavalo carregando um cadáver com uma adaga enfiada nas costas e com a cabeça decepada.  A arma pertence à família de Gorca (Karloff), cujos filhos Vladimir acaba conhecendo ao relatar o ocorrido. Acaba se apaixonando por Svenka (Susy Andersen) e resolve ficar para ajudar. Contudo, percebe que a maldição dos wurdalaks já se iniciou.

Esse episódio possui uma bela cenografia, ambientada no tempo e local onde a trama se passa. Mas exagera na maquiagem branca de Svenka e usa em duas cenas o recurso de acelerar a velocidade do filme quando personagens correm montados em cavalos, estragando-as porque desviam a atenção do espectador. O maior defeito, no entanto, é o ritmo lento demais a partir do momento em que Vladimir e Svenka fogem, principalmente porque desembocam em um final previsível.

Terror gótico

Por fim, o último conto revela o terror gótico da trilogia e se baseia em obra de Ivan Chekov. Em “A Gota d’Água”, ambientada no início do século 20, estão em evidência as cores comuns a velórios – roxo, preto, vermelho, verde –  em tons supersaturados. Há muitas luzes piscando no apartamento de Helen (Jacqueline Pierreux), quando é chamada, tarde da noite, para preparar uma senhora que morreu para ser velada e enterrada. Curiosamente, a casa da defunta lembra a residência do cientista que inventou os androides de “Blade Runner”, com pé direito alto, bonecos em vários lugares, pouca luminosidade.

A falecida possui um semblante aterrorizador, apresentando olhos abertos que Helen não consegue fechar e a boca semiaberta com os dentes cerrados. Ao trocar as suas vestes, a moça se aproveita para furtar o anel da velhota. No entanto, voltando para seu apartamento, descobrirá que esse ato desonesto foi um grande erro. A música de Roberto Nicolosi e os rápidos movimentos de zoom conseguem ainda assustar o público de hoje, mas a opção de usar um boneco sem movimento como a defunta e não um ator fortemente maquiado acaba por tornar essa sequência antiquada.

Ainda interessante

“As Três Máscaras do Terror”, sem dúvida, envelheceu, mas mesmo assim mantém o interesse do espectador. Principalmente daquele que curtia a série para TV “Galeria do Terror” (Night Gallery, 1968), que utilizava o mesmo formato, tendo o Rod Serling de “Além da Imaginação” (The Twilight Zone) como apresentador.

O seu título original em italiano é “I tre volti della paura”. Na verdade, a versão do filme que recebeu o título “Black Sabbath” foi aquela destinada ao público norte-americano. Nessa, a produtora AIP alterou a ordem dos episódios (para: “A Gota d’Água”, “O Telefone” e “Wurdalk”), colocou áudio em inglês, usou a música de Les Baxter e trocou a apresentação inicial. Aliás, a cabeça de Boris Karloff aparece em close, claramente olhando um pouco para a direita de quem assiste, para ler o teleprompter.


As Três Máscaras do Terror (filme)
As Três Máscaras do Terror (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo