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Assassinos Substitutos (filme)
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Assassinos Substitutos

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

Antoine Fuqua estreia na direção de longas com Assassinos Substitutos (The Replacement Killers), propondo uma interessante mistura de filme policial americano com o cinema de ação de Hong Kong. Para isso, importa o astro Chow Yun-Fat, bem como ouros atores daquela região. Mas, acima de tudo, porque tenta filmar as cenas de ação com os truques que fazem aquele cinema tão encantador. Não exagera no maneirismo, o que pode ser bom porque não parece uma paródia, porém, sem arriscar, deixa escapar a oportunidade de entregar uma obra impactante.

As cenas de ação, de qualquer forma, merecem elogios. A influência de Hong Kong está na agilidade dos movimentos de Chow Yun-Fat, embora ele não demonstre aqui virtuosidades em artes marciais e sim combates com armas de fogo. São nos atos heroicos exagerados que sentimos o diferencial. Por exemplo, quando a câmera acompanha o seu personagem deslizando sobre um carrinho num lava a jato, ou quando ele para seu salto para debaixo de um carro com o cano de seu revólver. Hong Kong está também no impacto que os bandidos sofrem após serem alvejados, em especial, os dois últimos na conclusão do filme. Além disso, a cor vermelha adiciona toques asiáticos às imagens.

Por outro lado, Antoine Fuqua também traz o cinema americano para as telas. Nesse sentido, emula um pouco do visual rebuscado dos anos 1980, com o uso de fumaça e chuva como elementos do cenário. Há também alguns cortes bem criativos, como aquele com a câmera subjetiva da vítima antes de receber o tiro fatal, e o manto que o protagonista coloca sobre o corpo do amigo morto. Além disso, vale ainda mencionar a brincadeira na cena na sala de cinema, quando os tiros das armas no filme ganham um paralelo com a película exibida na tela do cinema.

Os problemas do filme

No entanto, nem tudo funciona tão bem. Junto com a forma, Assassinos Substitutos acaba repetindo também um dos problemas do cinema de Hong Kong, que são as tramas fracas. Aqui, todo o enredo parece pouco provável. Começa já na recusa de John Lee (Chow Yun-Fat) de cumprir a ordem de um perigoso chefão do crime. Dessa forma, coloca em risco a vida de sua família. E continua no envolvimento da trambiqueira Meg Coburn (Mira Sorvino), a quem John recorre para conseguir um passaporte falso. Sem muitas explicações, o roteiro coloca os dois lutando pela sobrevivência enquanto os bandidos os perseguem. É frustrante também que o filme se esquiva de um envolvimento entre John e Meg, apesar da tensão sexual evidente entre os personagens. Com isso, denuncia que a relação interracial ainda era um tabu no cinema nos anos 1990.

A direção de Fuqua ainda cai no erro de explicar verbalmente o que acontece na história. Especificamente, quando John Lee conta o que se passa para Meg. Afinal, a personagem não sabe, mas o espectador já, então seria mais adequado fazer uso de uma elipse. Mas, no geral, o filme não tem muita falação, o que poderia escancarar ainda mais o seu roteiro raso. Sob outro aspecto, o filme ainda insiste num motivo musical irritantemente repetitivo para as cenas de ação.

Em suma, Assassinos Substitutos tem mais qualidades que defeitos, depende, claro, do que o espectador mais preza. Se é a forma, a influência de Hong Kong e do cinema americano dos anos 80 justificam uma apreciação positiva. Mas para o espectador que dá mais atenção ao enredo o filme ganhará uma nota muito baixa.  

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Ficha técnica:

Assassinos Substitutos | The Replacement Killers | 1998 | 87 min | EUA | Direção: Antoine Fuqua | Roteiro: Ken Sanzel | Elenco: Chow Yun-Fat, Mira Sorvino, Michael Rooker, Kenneth Tsang, Jürgen Prochnow, Til Schweiger, Danny Trejo, Clifton Collins Jr., Carlos Gómez, Frank Medrano, Randall Duk Kim.

Onde assistir:
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