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Bar Doce Lar (The Tender Bar)
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Bar Doce Lar

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

George Clooney já dirigiu sete filmes, a maioria deles comédias, como este Bar Doce Lar (The Tender Bar, 2021). Porém, desta vez ele assume um inédito tom afetuoso, diferente da acidez que marcou suas demais incursões no gênero.

Para sermos mais exatos, Bar Doce Lar é uma dramédia, um drama com momentos cômicos, adaptada do livro de memórias de J.R. Moehringer. Na história, J.R. lembra seu passado, alternando dois momentos. Um deles, quando tinha onze anos e vivia com a mãe, na casa dos avôs, em 1973. O outro, na década de 1980, acompanha seus anos na Universidade de Yale. Apesar de o filme alternar essas fases na narrativa, os primeiros quarenta minutos se concentram na época dos onze anos. Já o restante do enredo prioriza a fase adulta.

O longa-metragem aborda esses dois recortes da vida do protagonista de forma agradável, sem fortes solavancos emocionais. Ou seja, retrata uma exposição de lembranças, propósito maior de um livro de memórias. Entretanto, uma questão essencial para J.R. encontra o seu devido fechamento no filme.

O pai ausente

Esse assunto que a trama resolve se refere ao seu relacionamento com o pai ausente. Johnny, também conhecido como “The Voice”, abandonou J.R. e sua mãe, e nunca os ajudou. Assim, tornou-se um mito para o menino. Principalmente, porque The Voice era disk-jockey no rádio, o que significa que J.R. poderia ouvir sua voz, mas não o via nunca. O diretor George Clooney aproveita esse aspecto para inserir várias canções da época ao longo do filme. Com isso, elabora uma deliciosa trilha sonora que se encaixa perfeitamente na construção da memória afetiva da história.

Quando adulto, J.R. descobre quem seu pai realmente é, um alcoólatra e desprezível agressor de mulheres. No raro pico dramático de Bar Doce Lar, o rapaz tem a coragem de denunciá-lo. Esse evento sela o seu amadurecimento, e fecha essa lacuna que sempre o perturbou.

Por outro lado, esse desfecho explica por que as memórias de J.R. lembram com tanto carinho de seu tio Charlie. Acontece que ele se tornou a figura paterna que o garoto nunca teve efetivamente. O enredo, de fato, só apresenta situações elogiosas em relação a esse personagem. Inclusive, tanto aos onze como aos vinte e poucos anos, seus conselhos sensatos moldam a pessoa que J.R. viria se tornar.

Um filme leve

Bar Doce Lar possui alguns momentos dramáticos, mas estes são tratados com a leveza que o distanciamento do tempo permite. Enquanto isso, o humor provoca sorrisos, e não gargalhadas. Para isso, George Clooney recorre a recursos que ajudam a descontrair o clima. Por exemplo, as aproximações em zoom rápido até um personagem. Ou então a sincronização do caminhar de J.R. em direção à câmera no corte seco para uma garçonete em movimento similar. Mas, isso fica mais evidente ainda na cena em que a versão de onze anos de J.R. insiste que sua versão adulta comece logo a carreira de escritor.

O elenco todo está afiado, com destaque para o menino Daniel Ranieri, que parece verdadeiramente espontâneo. Sua versão adulta, feita por Tye Sheridan (o protagonista de Jogador Nº 1), não fica atrás, demonstrando com clareza uma personalidade ainda em formação. Além disso, Ben Affleck chama a atenção como o tio Charlie, um papel paternal atípico em sua carreira.

Enfim, Bar Doce Lar entrega uma experiência agradável, que voa diante de nossos olhos. Definitivamente, um filme que não esperávamos do diretor Clooney.

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Ficha técnica:

Bar Doce Lar | The Tender Bar | 2021 | EUA | 106 min | Direção: George Clooney | Roteiro: William Monahan | Elenco: Ben Affleck, Tye Sheridan, Daniel Ranieri, Lily Rabe, Christopher Lloyd, Max Martini, Rhenzy Feliz, Briana Middleton, Max Casella, Sondra James.

Distribuição: Prime Video.

Onde assistir:
Bar Doce Lar (The Tender Bar)
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