Bastardoz (filme)
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Bastardoz

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Produção espanhola requintada, Bartardoz (Malnazidos) é um filme de zumbis que parece saído de uma graphic novel. Na verdade, sua origem não está tão distante, pois o roteiro se baseia num livro com a mesma pegada pop, o “Noche de Difuntos del 38”, de Manuel Martín.

A trama privilegia a ação e o humor, e acompanha um grupo de diferentes convicções políticas lutando contra zumbis criados por nazistas na Espanha. Os zumbis seguem as regras que sempre vimos nos filmes e séries: comem carne humana, só morrem quando atingidos na cabeça, não falam, não correm, e andam em bando. Os ataques começam logo na primeira parte do filme, com investidas esparsas, mas os zumbis se tornam cada vez mais numerosos no decorrer da história. Embora os efeitos especiais e visuais sejam de primeira, o tom evita o terror pesado. Não há sustos ou imagens de violência explícita, e a trilha sonora evidencia a aventura no lugar do terror (apesar do uso do tema “Farewell Slayer”, de John Carpenter).

Correria do início ao fim

O protagonista Jan (Miki Esparbé) se torna um dos pontos fracos de Bastardoz. Deveria ser um anti-herói charmoso e malandro, como Indiana Jones, mas o filme falha nessa construção ao abusar do falatório (que diferença faz se ele é também um advogado penal além de empresarial?) e da insistência em inserir frases supostamente engraçadas o tempo todo. Somente na parte final, quando ele precisa entrar em ação para sobreviver e ajudar os companheiros, Jan se torna um pouco mais atraente. Da mesma forma, os demais personagens carecem do carisma necessário para criar empatia no público – e não ajuda nada que sejam numerosos demais.

Por outro lado, o ritmo é acelerado e coloca o grupo em constante movimento. Isso ajuda a movimentar a trama, mas sempre em um nível superficial. Quando analisada com um pouco de atenção, a jornada não faz muito sentido. Eles correm para descobrir o que aconteceu e depois atrás de um antídoto, mas o que eles fariam com ele? E, no desfecho, muita coisa dá errado – então, tudo foi destruído e os russos estão desenvolvendo a mesma arma biológica? Não fica muito claro, pois devíamos ver o laboratório todo explodindo, mas o orçamento parece que não foi suficiente.

Além disso, faltou ousadia aos diretores, o estreante Alberto de Toro e o mais experiente Javier Ruiz Caldera, de Anacleto: Agente Secreto (2015). Esse filme pedia um pouco de malabarismo e modernices, como vimos no excelente Zumbilândia (Zombieland, 2009), de Ruben Fleischer. Em Bastardoz, a direção comportada deixa a desejar.

Mas, na pior das hipóteses, Bastardoz serve bem como diversão frugal. Correria sem reflexão.

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Ficha técnica:

Bartardoz | Malnazidos | 2020 | 1h41 | Espanha | Direção: Alberto de Toro, Javier Ruiz Caldera | Roteiro: Jaime Marques, Cristian Conti | Elenco: Miki Esparpé, Aura Garrido, Luis Callejo, Álvaro Cervantes, Jesús Carroza, Dafnis Balduz, Sergio Torrico, Manel Llunell, Mouad Ghazouan, María Botto.

Onde assistir:
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