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Poster do filme "Bob Marley: One Love"
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Bob Marley: One Love

Avaliação:
6,5/10

6,5/10

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Crítica | Ficha técnica

O diretor novaiorquino Reinaldo Marcus Green engata mais uma biografia em sua ainda curta carreira. Seu longa anterior contou com a força do astro Will Smith para contar a história de King Richard (2021), o pai-treinador das tenistas Venus e Serena Williams. Agora, no seu terceiro, Bob Marley: One Love, leva para as telas a vida do famoso músico jamaicano tendo um ator bem menos conhecido, Kingsley Ben-Adir. Em outras palavras, agora a responsabilidade está toda nas mãos de Green.

O trabalho com Will Smith garantiu prestígio a Reinaldo Marcus Green. No Oscar, o longa obteve cinco indicações, incluindo o de melhor filme e o de melhor ator, o primeiro da carreira de Smith. Com isso, agora teve em mãos um orçamento que lhe permitiu filmar em locações em Kingston, na Jamaica, e em Londres, na Inglaterra. A generosidade da produção está evidente nas cenas com multidões, em especial os concertos.

A trama cobre o início da carreira de Bob Marley, ainda na favela de Trenchtown, até o “One Peace Love Concert”, show gratuito em Kingston no qual ele reuniu no palco os adversários políticos Michael Manley, líder do partido PNP, e Edward Seaga, líder do partido da oposição, para dar um basta à violência. O filme é bem generoso na questão política, e celebra o músico como um pacifista.

Roots, Rock, Reggae

No lado pessoal, os mesmos problemas que assolaram artistas famosos também ferem o retratado. Entre eles, o empresário ladrão e os desentendimentos com a esposa. Mas, aqui, as drogas não provocam a ruína. E, nem poderiam, porque a maconha sempre esteve muito próxima da mensagem de “no worries” de Bob Marley. Mesmo assim, o levam à cadeia em Londres. Na capital inglesa, o filme coloca o jamaicano num pequeno show num bar do The Clash. Um toque esperto, pois essa banda punk assumiria influências do reggae posteriormente. Parece surpreendente essa mistura de gêneros musicais com mensagens tão opostas, mas há temas em comum, e o sucesso do álbum “Exodus”, de Marley, produzido no Reino Unido, foi avassalador.

A infância, a adolescência e o início da juventude de Bob Marley surgem em trechos de flashback espalhados ao longo do enredo. Em tom amarelado, para diferenciar do tempo da narrativa principal, o passado revela a amargura de Marley em relação ao pai, um inglês que engravidou a mãe e desapareceu (lembrando que a Jamaica foi colônia inglesa até 1962, e por isso o povo lá fala inglês, ainda que com um sotaque muito carregado, reproduzido no filme). O arco do personagem principal se fecha quando ele faz as pazes consigo mesmo em relação ao pai e à vida em geral.

Enfim, essa é a profundidade máxima de Bob Marley: One Love. A cinebiografia é correta, sem firulas na direção ou ousadias no roteiro. E sem a busca pela caracterização idêntica entre o ator e a pessoa retratada – o que muitos esperam desse gênero.

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Ficha técnica:

Bob Marley: One Love | 2024 | 145 min | EUA | Direção: Reinaldo Marcus Green | Roteiro: Reinaldo Marcus Green, Zach Baylin, Frank E. Flowers, Terence Winter | Elenco: Kingsley Ben-Adir, Lashana Lynch, James Norton, Tosin Cole, Anthony Welsh, Michael Gandolfini, Umi Myers, Nadine Marshall.

Distribuição: Paramount Pictures.

15/02/2024 nos cinemas.

Trailer:

Onde assistir:
Uma mulher e um homem negros sentados em um sofá rindo.
Cena do filme "Bob Marley: One Love"
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