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Camille (filme)
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Camille

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Camille conta a história da fotojornalista Camille Lepage, morta na República Centro-Africana em 2014.

Em seu segundo longa de ficção, o diretor Boris Lojkine adota um estilo dinâmico. Já no prólogo, revela o momento em que o corpo de Camille Lepage é encontrado por soldados franceses intervencionistas na República Centro-Africana. A partir de então, o filme adota a ordem cronológica.

A história

Antes de mais nada, vemos Camille em um festival de fotografia recebendo orientação de um jornalista experiente. Diante das fotos que ela apresenta, ele a aconselha a descobrir quem ela é como fotógrafa. Então, com isso em mente ela parte para a República Centro-Africana.

Assim, sozinha, aos 25 anos, ela começa seu trabalho num país à beira de uma guerra civil. Afinal, o grupo Séléka tomou o poder à força e comete várias atrocidades. E Camille se envolve pessoalmente com integrantes dos oposicionistas Anti-balaka. Dessa forma, ao se importar com o assunto que fotografa, ela se torna uma profissional melhor.

E o filme mostra o quanto Camille Lepage realmente se importa com o país africano. Mesmo recebendo proposta para fotografar na Ucrânia, ela resolve retornar para a República Centro-Africana. Porém, ao se colocar em posição de frente, seus riscos aumentam.

Análise do filme

E, a fim de dar dinamismo e ainda trazer o trabalho de Camille Lepage para as telas, o diretor utiliza várias das fotos dela no filme. Como resultado, salienta não só sua obra, mas os momentos trágicos que ela presencia. Por exemplo, quando ela e outros colegas jornalistas encontram uma dezena de corpos abandonados numa viela, e depois no necrotério, o silêncio impera nas cenas.  As fotos, então, servem para dar mais tempo ao espectador para refletir sobre essas atrocidades. Plasticamente, merece elogios o trabalho do diretor de fotografia Elin Kirschfink, pela proeza de manter a mesma tonalidade de cores do filme e das fotos. Juntamente com a direção de arte, de Jan Andersen, o resultado é tão autêntico que acreditamos que as fotos são imagens congeladas do filme.

Por outro lado, ao invés de filmar a morte da protagonista, e causar comoção com isso, o diretor opta por deixar essa passagem em elipse. Afinal, o mais essencial está na narração, a única do filme, em que ela admite se sentir viva naquele lugar de conflito.

Adicionalmente, destaca-se a atuação de Nina Meurisse como a personagem principal. Na verdade, talvez esse seja seu trabalho mais importante, numa carreira extensa de créditos em papéis menores. Além da enorme semelhança física com Lepage, que pode ser confirmada nos créditos finais, Nina Meurisse transmite ao mesmo tempo a coragem e empatia da protagonista.

Enfim, mesmo sendo a cinebiografia de uma figura pouco conhecida no Brasil, e até mesmo na França, a sua história reflete valores universais que tornam o filme acessível e atraente para os espectadores de qualquer país. Além disso, a direção dinâmica de Boris Lojkine o torna altamente recomendável.

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Ficha técnica:

Camille (2019) França/República Centro-Africana. 90 min. Direção: Boris Lojkine. Roteiro: Boris Lojkine, Bojina Panayotova. Elenco: Nina Meurisse, Fiacre Bindala, Bruno Todeschini, Grégoire Colin, Augustin Legrand, Michael Zumstein, Ousnabee Zounoua, Abdouraouf Diallo, Rafiki Fariala, Mireille Perrier, Antoine Gouy, Aurélie Mazzeo, Sammy Bangafaye, Kevin Pascal Mette, Antonin Schopfer, Geoffrey Bateman, Roch Leibovici.

O filme está no festival online MyFrenchFilmFestival 2021.

Saiba mais sobre o filme na nossa matéria especial.

Onde assistir:
Camille (filme)
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