O curta-metragem Cinema Mudo prova que criatividade e paixão superam quaisquer limitações orçamentárias.
Este curta-metragem é filmado apenas em estúdio, onde o designer de produção e o cineasta reproduzem uma mise-en-scène que presta homenagem à era inicial do cinema. Os fãs de filmes terão imediatamente essa ideia desde a primeira sequência, uma homenagem a M: O Vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang, a partir das sombras produzidas pela iluminação interna. Outras citações são mais explícitas, especialmente no salão cheio de cartazes de filmes mudos.
Ao lançar apenas atores mirins, este filme encurta o caminho para o coração do espectador. Uma vez evocada a inocência, ele imediatamente acolhe a sensibilidade necessária para apreciar este conto quase poético da era silenciosa e primitiva do cinema. A música liderada pelo acordeom contribui lembrando a França dos Irmãos Lumière.
A narrativa é simples e está estruturada nas três crianças tendo a ideia de fazer cinema. Colocam a ideia em prática, enfrentam um fracasso e, finalmente, um novo começo. E, como o título sugere, não há linhas faladas, mas há efeitos sonoros, e às vezes são usados como substitutos do diálogo.
O filme possui um bom ritmo, mas algumas sequencias de montagens poderiam ser encurtadas.
Cinema Mudo é um tributo gracioso ao cinema primitivo, lindamente filmado com criatividade apaixonada.
Ficha técnica:
Cinema Mudo (2020) Brasil, 15 min. Dir/Rot: Melo Viana. Elenco: Anthonny Vinicius, Victor Henrique, Ketlyn Taynara, Stephany Vitória, Sarah Alexia, Alice Arruda, Yasmin Victória, Echelen Gabrielle, Isabelle Beatriz.