Seguindo os passos dos astros dos anos 1970 e 1980, Sylvester Stallone parece iniciar a trajetória de atuar em filmes B de qualidade abaixo da média, para se manter em atividade e ainda faturando. Um caminho que ele próprio satirizou, em forma de analogia, na série de filmes Os Mercenários, a partir de 2010. Assim, no início deste ano, entrou em cartaz o fraquíssimo Blindado (Armor, 2024), lançado pela Imagem Filmes, a mesma distribuidora que traz este Código Alarum, dois títulos provavelmente adquiridos juntos num pacote.
A aposta da distribuidora é a presença da atriz brasileira Isis Valverde em Código Alarum. Por isso, o poster nacional a traz em destaque, ao lado de Stallone e Scott Eastwood (filho de Clint), apesar de ela não ser a terceira protagonista (função ocupada por Willa Fitzgerald). Na verdade, os fãs de Isis Valverde se sentirão decepcionados (para não dizer enganados) ao perceberem que a estrela participa muito pouco do filme.
Código Alarum, pelo menos, é superior a Blindado. A produção está num patamar um pouco superior, e o diretor Michael Polish tem mais experiência que Justin Routt (que aqui assina como um dos produtores). O elenco também é melhor – além dos atores já citados, conta com Mike Colter (o Luke Cage da série de 2016) num dos papeis principais.
Modorrento
Mas o enredo não traz nada de novo. Na linha do gênero espionagem com muita ação, coloca no papel central Joe Travers (Eastwood), um membro da CIA que desapareceu há cinco anos, porque se casou com Lara (Fitzgerald), uma espiã do Alarum, grupo terrorista que ataca o poder das grandes redes virtuais. Mas, a busca de um pendrive com informações vitais coloca os dois na mira de Chester (Stallone) e Orlin (Colter), dois perigosos agentes em lados opostos.
Essa trama logo fica confusa. A ideia de não especificar demais o MacGuffin (o motivo dos conflitos que movimentam a ação) desta vez sai pela culatra. Fica a impressão de que os personagens embarcam num acelerado jogo de perseguição e fuga sem nenhuma causa justificada.
As cenas de ação até que não desapontam. No entanto, os muitos detalhes de violência extrema soam deslocados. Os pedaços de cérebros que espirram no para-brisas de um avião, a mão que arranca o pendrive de dentro da barriga da vítima, a pilha de corpos usada como barricada, enfim, tudo isso parece não pertencer a este filme. E o mesmo acontece com as discussões dentro do escritório secreto da CIA, filmadas num estilo totalmente diferente do restante do filme.
No fundo, o problema é que Código Alarum não possui um tom definido. O humor está completamente ausente, os personagens são insípidos, e a trama parece não levar a lugar nenhum. Além disso, a conclusão apática pega o espectador de surpresa, pois o filme se encerra sem mais nem menos, num absoluto anticlímax que corrobora toda a sensação modorrenta que se instalou desde o início.
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Ficha técnica:
Código Alarum | Alarum | 2025 | 95 min. | EUA | Direção: Michael Polish | Roteiro: Alexander Vesha | Elenco: Sylvester Stallone, Scott Eastwood, Willa Fitzgerald, Isis Valverde, Mike Colter, Joel Cohen.
Distribuição: Imagem Filmes.
