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Coisas Belas e Sujas (filme)
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Coisas Belas e Sujas

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Coisas Belas e Sujas revela o lado sórdido dos refugiados em Londres.

Mesmo sendo um diretor prolífico, que já conta com créditos em 63 produções, Stephen Frears consegue manter certa unidade temática em sua filmografia. Na obra que o revelou, Minha Adorável Lavanderia (1985), Frears contava um romance homoafetivo em Londres, tendo um paquistanês como protagonista. Em Coisas Belas e Sujas, o cineasta continua no ambiente dos estrangeiros vivendo na capital inglesa.

A trama

Desta vez, acompanhamos Okwe (Chiwetel Ejiofor). Ele é um refugiado africano que trabalha como motorista de táxi durante o dia e recepcionista de hotel à noite. Divide o apartamento, clandestinamente, com uma moça turca, Senay (Audrey Tautou). Ela teme a deportação, caso descubram que ela recebe aluguel ou que tem um subemprego no mesmo hotel de Okwe. Então, a solução para ela é viajar para os Estados Unidos, onde sua irmã vive. Para isso, está disposta a vender seu fígado para o dono do hotel, que intermedia o comércio ilegal de órgãos oferecendo em troca um passaporte falso.

Não há protagonistas britânicos – todos os personagens, principais e secundários, são estrangeiros vivendo em Londres. É um mundo de cão, e o estrangeiro que está em condições melhores explora os que enfrentam dificuldades. Senay, por exemplo, sofre abuso sexual do patrão quando muda de emprego para uma lavanderia. Além disso, precisa entregar sua virgindade para Juan (Sergi López), o dono do hotel, para fechar o negócio da venda de seu órgão. Ademais, Okwe também é vítima de Juan, que descobre que ele é médico e o força a ajudar na retirada dos órgãos que serão comercializados. Então, nasce o amor entre Senay e Juan, e eles se juntarão para dar o troco.

Okwe fugiu de seu país porque é falsamente acusado de matar sua própria esposa. É um personagem ético, que se manterá assim até mesmo ao aplicar um golpe em Juan para salvar Senay. Afinal, ele se preocupa com a sobrevivência do espanhol, e abdica de uma vida nova nos EUA ao lado da mulher que ama, para voltar à família que deixou na sua terra natal.

Direção e elenco

Frears filma com discrição, se destacando por um ou outro recurso estilístico mais elaborado. Por exemplo, quando coloca a câmera dentro de uma privada olhando para Okwe. Ou então, na escolha de cores esverdeadas, principalmente no hotel e no necrotério, que passam a impressão de uma desagradável e triste realidade.

Coisas Belas e Sujas possui um tema forte que prende o espectador, ainda mais contando com dois atores que entregam interpretações soberbas. Chiwetel Ejiofor, dessa forma, se destaca bem antes de ganhar o Oscar por 12 Anos de Escravidão (2013). Já Audrey Tautou confirma seu talento um ano depois de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2002).


Onde assistir:
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