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Contraponto (filme)
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Contraponto

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Contraponto é mais um delírio cinematográfico de Terry Gilliam. Mas, desta vez, a fantasia invade o território do terror.

O filme nos assusta ao apresentar a protagonista, Jeliza-Rose, uma menina de uns doze anos, em situações nada próprias para sua idade. Assim, na primeira parte, ela está na casa dos pais, e ela ajuda os dois a se drogarem. Porém, obcecada pelo livro “Alice no País das Maravilhas”, ela parece alheia à toda a podridão do ambiente. Aliás, a obra de Lewis Carroll será uma das influências dessa trama. Adicionalmente, em seu mundo fantasioso, ela possui como amigas imaginárias algumas cabeças de bonecas, com quem ela conversa.

Através da escolha das lentes e dos enquadramentos, o diretor Terry Gilliam deixa esses personagens com aparência monstruosa. Além disso, os ângulos tortos ampliam essa sensação para o cenário, que a direção de arte também preparou com a mesma intenção de construir um mundo totalmente disfuncional.   

Mais louco ainda

Depois, após a morte da mãe, Jeliza-Rose e seu pai partem para a casa da avó. Mas, o caos por lá se mantém, e a menina passa a conviver com duas figuras absurdas. Uma delas é Dell, uma antiga namorada do pai. Já o outro é Dickens, um rapaz que, aparentemente, foi abusado sexualmente pela avó de Jeliza-Rose. Logo, descobrimos que a atividade de Dell é surreal, beirando o terror, e parece inspirada por Psicose (1960), de Alfred Hitchcock.

Na parte final, Contraponto assume tons acinzentados, contrastando com o colorido forte usado até então. Então, o espectador espera encontrar os significados das imagens malucas que o filme apresentou. Aparentemente, vemos de onde surgiu toda a perturbação na mente de Jeliza-Rose, tal qual a surpresa final em O Gabinete do Dr. Caligari (1920). De fato, o filme de Robert Wiene, é uma obra do Expressionismo Alemão que lida também com a loucura. Por fim, esse seria o ponto da virada na vida da menina, a partir do qual ela passaria a viver na insanidade.

Portanto, Contraponto leva o espectador para esse mundo invertido, onde compartilhamos a loucura que a protagonista experiencia. Ou seja, não tem como ser uma jornada agradável.


Contraponto (filme)
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