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Cora (filme)
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Cora

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

O filme Cora é um ousado projeto, quase experimental, que aparenta ser um documentário, mas na verdade é ficcional. Poderíamos chamá-lo de mockumentary, mas isso poderia dar a errada ideia de se tratar de uma comédia. Para obter a característica de registro histórico, o filme traz vários trechos com aparência de material muito antigo, até simulando os defeitos que o tempo provoca nas películas.

A história se passa em 2064, quando a dinamarquesa Cora encontra um documentário iniciado pelo seu pai Benjamin cinquenta anos antes. Benjamin era brasileiro e tentava investigar a história dos pais dele. O avô de Cora, Teo, morreu louco e a avó, Elenir, era uma mulher misteriosa de quem pouco se sabe.

Resposta a “Antonio”

Conforme a nota nos créditos finais, Cora é uma resposta a “Antonio”, livro da escritora Beatriz Bracher, mãe do codiretor do filme, Matias Mariani. Ao invés de simplesmente adaptar a obra, ele e o outro codiretor, Gustavo Rosa de Moura, optaram por esse caminho peculiar, misturando ficção e documentário. Dessa forma, conseguem liberdade para situar a trama no futuro, quando o Brasil estaria arruinado, tendo como fonte narrativa a personagem principal. O ponto fraco desse formato é que o documentário dentro da ficção soa um tanto repetitivo, abordando várias vezes os mesmos personagens.

O diretor Gustavo Rosa de Moura trafega pelos dois gêneros. Já realizou nove documentários, sendo o mais recente Piadeiros (2015). Na ficção, dirigiu os longas Canção da Volta (2016) e Ela e Eu (2021). Da mesma forma, Matias Mariani fez documentários, sendo o último A Vida Privada dos Hipopótamos (2014). Seu único longa ficcional, Cidade Pássaro (2020), também traz traços documentais e experimentais, como este Cora.

A união desses talentos resulta num filme diferenciado, destinado a um público restrito. Não será facilmente digerido por espectadores que só consomem enredos narrativos, nem por aqueles que apreciam os documentários clássicos. Enfim, quem conseguir embarcar nessa viagem ao futuro, com um pé na década de 2010, poderá se surpreender com as descobertas da protagonista sobre sua família.


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