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De Canção Em Canção (filme)
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De Canção em Canção

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

“De Canção em Canção” é mais uma investida personalíssima de Terrence Malick. A fotografia, aqui a cargo de Emmanuel Lubezki, continua representando a maior qualidade do diretor, sempre arrebatadora. Os tons claríssimos predominam, e sempre que possível as imagens são registradas durante a hora mágica (o crepúsculo, quando o sol poente favorece a iluminação). Tais características integram seu estilo. Assim, o que chama mais a atenção nesse filme é a câmera sempre em movimento e enquadramentos inesperados, além de cortes que vão contra a invisibilidade da câmera desejada pelo cinema clássico.

Há muita poesia na tela, e como os versos, as sequências devem ser melhor apreciadas pelo seu ritmo e harmonia. Optar por focar demasiadamente na semântica fatalmente resulta em rejeitar a obra. O filme é uma sucessão de planos, belos, mas, às vezes, desconexos, narrados em off com voz sussurrada. Primeiro, Faye (Rooney Mara) desfila seus pensamentos, sua vontade de viver experiências diversas, enquanto assistimos a uma montagem de cenas que estão por vir. Assim, ela se envolve com dois homens: o músico BV (Ryan Gosling) e o seu bem-sucedido produtor Cook (Michael Fassbender). Logo, a relação que se forma entre eles também ganha narração em primeira pessoa.

Na vida de Cook, surge Rhonda (Natalie Portman), que deseja uma vida estável, porém, essa não é a visão dele. O relacionamento entre os dois acabará de forma trágica, estourando na parte mais frágil. Antes disso, Faye se questionará sobre seu modo de viver, pulando de relacionamento a relacionamento, como se pula de uma música a outra.

Motivação

Pode-se justificar o estilo visual e rítmico do filme como retrato da personalidade em conflito de Faye. Ou seja, a câmera que livremente se move de um personagem a outro, sem se preocupar em centralizar o objeto em quadro, com uso de ângulos inusitados, cortes rápidos, jump cuts. Enfim, tudo se encaixa para caracterizar a inquietude da protagonista, que começa a deixar de apreciar a vida que leva. Quando os personagens resolvem viver uma vida mais simples, a câmera se movimenta com suavidade, o conflito está resolvido.

Em suma, para quem consegue se deixar levar pelas belas imagens e pela gramática inquieta de Malick, “De Canção em Canção” é uma experiência sensorial intensamente agradável. No entanto, para os outros, um filme confuso e entediante.

Por fim, apesar de tocar no tema “música” até no seu título, “De Canção em Canção” não versa diretamente sobre esse tema. Há a presença curiosa, porém, de artista consagrados como Iggy Pop, Patti Smith, John Lydon, Florence Welch, Anthony Kiedis, Flea, Chad Smith, e até Val Kilmer, em sua faceta vocalista de banda, tocando em um festival em Austin, Texas.


De Canção Em Canção (filme)
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