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De Volta à Borgonha (filme)
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De Volta à Borgonha

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

De Volta à Borgonha (Ce qui nous lie) reforça o cinema bem realizado e agradável do diretor francês Cédric Klapisch. Um filme lançado originalmente em 2017, mas que só agora chega ao circuito brasileiro. O posterior Encontros (Deux moi, 2019), estreou por aqui antes, em outubro de 2019. E O Próximo Passo (En corps, 2022) já teve exibição no Festival Varilux desse ano e deve chegar às salas em geral no próximo dia 8 de setembro.

A trama de De Volta à Borgonha gira em torno do relacionamento entre três irmãos na região francesa do título. Há três gerações, a família vive da vinicultura e esse é o destino esperado de Jean (Pio Marmaï), Juliette (Ana Girardot) e Jérémie (François Civil). Porém, logo que se torna adulto, o irmão mais velho Jean, que sempre se desentendeu com o pai, resolve sair de casa e viajar pelo mundo. A história do filme começa dez anos depois, quando ele retorna para visitar o pai já à beira da morte.

Com o falecimento do pai, e a vindima (colheita da uva) se aproximando, Jean resolve ficar durante um tempo ajudando os irmãos na vinícola. Assim, agrava a crise com sua esposa Alicia (María Valverde), com quem tem um filho, já que os dois estão na Austrália. Mas, ele sabe que, além da responsabilidade com os irmãos, precisa levar de volta com ele dinheiro para pagar suas dívidas no país onde mora.

A vida (quase) ordinária de Jean, Juliette e Jérémie

Jean é o protagonista, por isso, são suas as narrativas com pensamentos sobre o que acontece que permeiam o enredo. Porém, Juliette e Jérémie também são personagens principais. Acompanhamos o amadurecimento de Juliette, obrigada a tomar a frente do negócio familiar repentinamente. É ela quem precisa liderar os trabalhadores avulsos na colheita e confrontar o vizinho concorrente, entre outras atribuições novas. Enquanto isso, Jérémie tenta resolver a situação incômoda de viver na casa dos fundos da fazenda do seu sogro, tendo uma esposa e um bebê para sustentar.

Os três personagens fogem de uma caracterização superficial, já que não possuem qualidades ou defeitos incomuns. Pelo contrário, De Volta à Borgonha faz questão de retratar pessoas comuns em situações cotidianas. Mas, dentro de suas especificidades, pois não dá para negar que observar a vida de produtores de vinho representa uma atração à parte, principalmente para os apreciadores da bebida.

Um toque de sofisticação

Se a trama se mantém propositalmente dentro do comum, cabe a Cédric Klapisch colocar alguns toques arriscados de sofisticação. Nesse sentido, os flashbacks recorrentes da época em que os irmãos eram crianças, relevantes principalmente para entendermos a relação de Jean com o pai, surgem no filme sem nenhuma distinção, visual ou seja qual for, em relação ao presente. Na primeira vez, vemos três crianças fazendo testes de degustação, e só depois de um tempo descobrimos que se trata de Jean, Juliette e Jérémie. Mais ousados ainda são as cenas, na parte final, nas quais Jean troca olhares com o pai que está no flashback, ou conversa com ele mesmo na versão criança.

Apesar desses destaques na direção, acima de tudo o maior trunfo de De Volta à Borgonha é ser bem filmado e agradável. Ou seja, um filme típico de Cédric Klapisch.

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Ficha técnica:

De Volta à Borgonha | Ce qui nous lie | 2017 | 113 min | França | Direção: Cédric Klapisch | Roteiro: Cédric Klapisch, Santiago Amigorena, Jean-Marc Roulot | Elenco: Pio Marmaï, Ana Girardot, François Civil, Jean-Marc Roulot, María Valverde, Yamée Couture.

Distribuição: Bretz Filmes.

Trailer:
Onde assistir:
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