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Deserto do Ouro (filme)
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Deserto do Ouro

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Deserto do Ouro (Gold) cabe naqueles pitching de elevador, pois sua trama pode ser explicada em menos de um minuto. Dois homens que acabaram de se conhecer encontram uma enorme pedra de outro no meio do deserto. Enquanto um deles parte em busca de uma escavadeira, o outro permanece ao lado do tesouro e enfrenta os desafios da natureza hostil. Como tema principal, está a ganância.

Para que esse enredo se torne um filme sólido, o roteiro deve criar situações convincentes de perigo. E, embora o plot seja previsível, uma armadilha difícil de contornar quando o plot é assim tão enxuto, a história é convincente. Exceto, claro, pelo tamanho exagerado da pedra de ouro, porém, se fosse menor, não representaria a necessidade de buscar uma escavadeira para desenterrá-la. Nos poucos dias em que o forasteiro, interpretado por Zac Efron, fica no isolado ponto do deserto, ele enfrenta o sol escaldante, cães selvagens, visitas inoportunas, sede e fome, e até uma tempestade de areia. Parece azar demais, mas é assim que o filme se sustenta.

Anthony Hayes

O ator Anthony Hayes, que faz o homem que sai em busca do equipamento, dirige aqui seu terceiro longa, e é coautor também do roteiro. Realiza um trabalho acima da média, em todas essas funções. Aliás, o conceito ajuda, pois é uma produção B que não exige um orçamento alto. A locação é, basicamente, uma só, o deserto do sul da Austrália, que traz lembranças do primeiro Mad Max (1979). Hayes precisa dedicar pouco tempo à atuação, pois seu personagem aparece apenas no início e no final da trama, o que libera seu tempo para dirigir.

Independentemente das condições, Hayes mostra que entende do ofício, e isso fica claro nos primeiros minutos de Deserto do Ouro, quando conhecemos o protagonista e o misterioso entorno de seu destino. Feito com planos curtos e cortes precisos, poucos diálogos, esse segmento, bem como a maior parte do filme, consegue causar apreensão no espectador.

Zac Efron

Além disso, Deserto do Ouro eleva Zac Efron para outro patamar de atuação. Ele se afasta, creio que com intenção planejada, do “rostinho bonito” que lhe garantiu o sucesso nas telas até agora. Seu personagem já surge com marcas no rosto, que pioram com a exposição ao sol do deserto, e viram feridas horríveis. Para completar, ele ainda é manco.

Mas, acima disso, Efron carrega o filme nas costas, pois atua sozinho em quase todo o filme, e, portanto, quase não fala. Com isso, precisa comunicar o que sente através de suas expressões.

Ganância

Quanto ao tema, não há novidade. Nas primeiras décadas de sua existência, o cinema já abordou a ganância em Ouro e Maldição (Greed, 1924), de Erich von Stroheim. Mas, talvez o mais memorável retrato sobre a perdição do ouro encontremos em O Tesouro de Sierra Madre (The Treasure of the Sierra Madre, 1948), de John Huston. Deserto do Ouro não chega perto desses dois clássicos, mas não é para ser desprezado.  


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