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Donnie Darko (filme)
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Donnie Darko

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Donnie Darko”: o filme cult sobre o maior medo das crianças

“Donnie Darko” ganhou status de cult rapidamente. Aliás, com justiça, considerando os elementos que construíram essa sua fama. Primeiro, e mais importante, a estória criada pelo diretor e roteirista Richard Kelly é um drama psicológico que permite várias interpretações e não entrega respostas fáceis. Junte a isso as várias pistas espalhadas ao longo do filme, que convidam o espectador a revê-lo várias vezes, característica essencial de um cult.

Além do mais, traz um futuro astro, Jake Gyllenhaal, como protagonista – e também sua irmã, Maggie. Sem contar o mais óbvio: um título fácil de ser lembrado e com alto potencial mercadológico. No próprio filme, um personagem brinca com Donnie que seu nome parece o de um super-herói.

A história

Donnie está no final da adolescência e apresenta sintomas de esquizofrenia. Por isso, frequenta sessões de terapia e precisa tomar medicamentos. Então, começa a ter alucinações onde vê um coelho gigante com cara de monstro que lhe diz que o mundo irá acabar dentro de trinta dias. Logo após, um acidente acontece. A turbina de um avião cai em cima de seu quarto. Por sorte, ele não morre porque a alucinação lhe deu sonambulismo e ele adormeceu em um campo de golfe.

O coelho continua a aparecer e dar comandos a Donnie, como inundar a escola e incendiar a casa de um guru salafrário. Até que o garoto percebe que precisa decidir se deve salvar sua família ou a si próprio.

Desafio ao espectador

O filme constantemente desafia o espectador a decidir se o que Donnie vê são alucinações ou parte de uma realidade fantástica. No início, por exemplo, uma música pop da banda Echo & The Bunnyman (nota: “bunny” é coelho em inglês), toca enquanto as imagens são aceleradas e alternam as pessoas que são enfocadas pela câmera, como muitos videoclipes fazem. Essa sequência, por isso, pode ser fruto da cabeça do adolescente. Assim como o fato de a professora pedir para uma linda aluna nova (Jena Malone), em seu primeiro dia, se sentar ao lado do garoto que ela considera o mais bonito da classe. Ela se senta ao lado de Donnie, mas qual professora pediria uma coisa dessas? Será também imaginação de Donnie?

“Donnie Darko” exibe várias cenas surreais, enfatizando a desconfiança de que tudo acontece somente na cabeça de Donnie. Adicionalmente, essa fuga da realidade é reforçada pelos títulos que surgem de tempo em tempo identificando quanto falta para o fim do mundo e que se intrometem com o desenrolar da trama.

Montagem de cenas

Richard Kelly, o diretor, utiliza duas vezes a montagem de cenas como recurso explicativo do que acontece, sendo a da parte final a mais marcante, principalmente porque soluciona satisfatoriamente o que ocorre com o protagonista. E, como a sequência apresenta somente imagens e sons, sem uma narração, ela permite várias interpretações sobre o tema central do filme.

A mais intrigante revela que Donnie opta por se sacrificar em lugar de sua família, uma solução heroica que o afasta do lunático problemático que se acreditava que fosse. De fato, essa alternativa o aproxima de todos nós, que, principalmente quando ainda somos crianças, tememos demais perder nossos pais. Por isso, juramos que, se algo de ruim deve acontecer, que seja conosco e não com eles.

Depois, Richard Kelly continuaria a criar temas enigmáticos. Mas exageraria um pouco na dose, em seu praticamente indecifrável filme seguinte, a ficção científica “Southland Tales: O Fim do Mundo” (Southland Tales, 2006).


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