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Emma. (filme)
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Emma.

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Adaptação consistente do livro “Emma” de Jane Austin sobre uma jovem envolvida em tramas do amor na Inglaterra do século 19.

As palavras na tela no início do filme descrevem resumidamente quem é a personagem principal. “Emma Woodhouse, bela, inteligente e rica, 21 anos”. Acompanharemos Emma (Anya-Taylor Joy) durante toda a projeção, enquanto ela comete erros ao tentar arrumar um bom partido para sua melhor amiga Harriet (Mia Goth), e reserva para si mesmo um rapaz que ainda não conhece. Diferente dela, Harriet não é bonita, rica nem muito esperta, o que a faz desconfiar que todos os homens que entram nesse circuito se interessem por ela e não pela sua amiga.

O livro “Emma” já foi adaptado antes para o cinema em 1996, contando com Gwyneth Paltrow no papel principal, e, também, numa minissérie da BBC em 2009. Mas. várias outras obras da escritora já foram levadas para as telas, principalmente “Orgulho e Preconceito”, a preferida dos cineastas.

Direção e roteiro

A diretora Autumn de Wilde estreia na direção para o cinema em Emma., depois de realizar vários videoclipes. Por exemplo, para o músico Beck. E isso explica a forte musicalidade desse filme. De fato, a trilha sonora composta por David Schweitzer e Isobel Waller-Bridge está onipresente em todos os momentos, ditando o clima das cenas. Suas composições são instrumentais e orquestradas, coerentes com a época da estória. Tal como as canções tradicionais com vocais presentes no filme e interpretadas por outros músicos. Nesse quesito, destaque especial para o dueto com Mr. Knightley e Jane Fairfax, quando os próprios atores, Johnny Flynn e Amber Anderson, tocam os instrumentos e cantam. Tudo muito belo, e ajudam a tornar o filme uma agradável experiência, evitando qualquer influência literária que possa soar pesada demais.

Por outro lado, o roteiro da também estreante Eleanor Catton consegue ser bem objetivo, e condensa a trama do livro com habilidade. Dessa forma, Catton faz questão de deixar as várias situações de enganos bem claras, e fáceis de assimilar.

Atuação e estrutura narrativa

E isso é mérito também dos atores, que transmitem os engodos da estória muitas vezes somente através das expressões corporais, sem palavras. O trio central composto por Anya Taylor-Joy, Johnny Flynn e Mia Goth transmitem com evidência as características distintamente marcantes de suas personagens, sem incorrer em interpretações caricatas ou exageradas. Por exemplo, Anya Taylor-Joy entrega uma sólida performance para espelhar o processo de amadurecimento de sua personagem durante o filme.

Além disso, a estrutura da narrativa é segmentada em quatro partes, seguindo as estações do ano, começando pelo outono e terminando no verão. O que se torna curioso quando lembramos que o nome da diretora é Autumn. E ela parece dar importância para a semântica literal das palavras, por isso, optou por usar um ponto final no título do filme, justificado por ela como um indicador de que se trata de um filme de época. Afinal, “ponto final” em inglês é “period”.

Como resultado, Emma. é uma boa surpresa, uma das mais agradáveis adaptações da obra de Jane Austin, que às vezes soam literárias demais.


Emma. (filme)
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