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Escape from Mogadishu (filme)
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Escape From Mogadishu

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Escape From Mogadishu é a escolha da Coréia do Sul para a disputa do Oscar de filme internacional em 2022. Essencialmente um filme de ação, o longa chama a atenção por seu contexto político, com trama que se baseia em acontecimentos reais. Em 1991, a embaixada norte-coreana na Somália se esforçava para conquistar o apoio do país africano para conseguir uma cadeira nas Nações Unidas, mas era constantemente sabotada pela embaixada da Coréia do Norte. Então, eclode uma violenta guerra civil, e as duas embaixadas inimigas precisam trabalhar juntas para que seus integrantes consigam sair do país com vida.

A primeira parte de Escape From Mogadishu apresenta várias cenas engraçadas, principalmente pelos desentendimentos entre dois dos membros da embaixada sul-coreana. Um deles é mais jovem e muito agressivo, enquanto o outro logo mostra insegurança, sendo o alívio cômico durante todo o filme, com suas trapalhadas.

Quando se inicia a revolução na Somália que derruba o governo de Siad Barre, as discussões entre os representantes da Coréia do Sul e da Coréia do Norte assumem o protagonismo do enredo. Há personagens paralelos entre os dois grupos, começando pelas suas famílias, mas, principalmente, entre os agressivos conselheiros de cada lado, e entre os ponderados embaixadores. O filme claramente coloca em primeiro plano o embaixador Han, da Coréia do Sul, de onde se origina essa produção. Assim, é Han que acolhe seu par Rim, com sua família e equipe, que abandonam o prédio da sua embaixada. Além disso, o embaixador sul-coreano se esforça para incluir seus vizinhos do norte na oferta de resgate da embaixada italiana.

Ação eletrizante

Por fim, após os embaixadores colocarem os seus lados humanos à frente da política, Escape From Mogadishu mergulha de vez na ação. Assim, o rodado diretor Seung-wan Ryoo pode utilizar sua vasta bagagem em filmes do gênero para construir a eletrizante fuga, em quatro veículos, dos integrantes das duas embaixadas pelas ruas fugindo dos rebeldes e dos soldados do exército. Além dos numerosos planos curtos que intensificam os efeitos especiais dessa sequência, se destaca a chegada à embaixada italiana, quando o diretor opta por suprimir todo o som. Antes, o filme já brindara o espectador com uma inesperada luta de artes marciais. Sem dúvida, toda essa parte final merece ser vista na ponta da poltrona.

Porém, o fechamento retorna para o tema político. Ao aterrissarem no aeroporto do Cairo, longe do perigo, os dois embaixadores, e seus respectivos grupos, devem esconder a colaboração mútua que os salvou. Ao serem recebidos por conterrâneos, nem se olham, para não entregarem essa verdade, que foi um raro hiato de paz nessa guerra fria que dura até hoje.  

Em muitos filmes, o cinema mostra o lado perverso das pessoas em situações de desespero.  Por exemplo, em Um Barco e Nove Destinos (Lifeboat, 1944), de Alfred Hitchcock, e em O Voo da Fênix (The Flight of the Phoenix, 1965), de Robert Aldrich. Escape From Mogadishu revela o inverso. Ou seja, que as pessoas são essencialmente boas. Ainda que a política antagonize as duas embaixadas, o humanismo se sobressai.

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Ficha técnica:

Escape From Mogadishu | Mogadisyu | 2021 | Coréia do Sul | 121 min | Direção: Seung-wan Ryoo | Roteiro: Ki-cheol Lee, Seung-wan Ryoo | Elenco: Yoon-seok Kim, In-Sung Jo, Joon-ho Huh, Kyo-hwan Koo, So-jin Kim, Man-sik Jeong, Jae-hwa Kim, Kyung-hye Park.

Trailer:

Obs: assistimos ao filme na série de screenings da The Wrap.

Onde assistir:
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