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Georgetown (filme)
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Georgetown

Avaliação:
5.5/10

5.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Georgetown marca a estreia do ator austríaco Christoph Waltz na direção de um longa para cinema. Antes, ele dirigira o telefilme alemão Wenn man sich traut (2000). Desta vez, ele assume também o papel do protagonista, Ulrich Mott, um personagem inspirado em Albrecht Muth, vigarista que se casou com uma socialite 55 anos mais velha que ele. No filme, ela é Elsa Breht, papel de Vanessa Redgrave.

Christoph Waltz abre o filme em alto estilo de direção. Durante os créditos iniciais, a câmera transita, em plano único, entre os convidados do jantar na casa de Albrecht e Elsa. Então, chega ao local a filha de Elsa, Amanda, vivida por Annette Bening, repetindo a relação mãe-filha do longa Estrelas de Cinema Nunca Morrem (Film Stars Don’t Die In Liverpool, 2017). Amanda sempre desconfiou das intenções de Albrecht. E, nessa noite de celebração a um grande feito dele, ela não aguenta e sai no meio da refeição. Logo, começa a trama em si, pois algumas horas depois Elsa morre, em condições suspeitas. Enquanto a polícia investiga o caso, e este vai para o tribunal, acompanhamos flashbacks da história de Albrecht e Elsa.

Um Ripley de carne e osso

Albrecht Muth, embora baseado em uma pessoa real, é um personagem na linha de Tom Ripley, o ardiloso e complexo protagonista da série de livros da escritora Patricia Highsmith. Ripley chegou às telas em várias adaptações. As mais memoráveis são: O Sol por Testemunha (Plein Soleil, 1960), de René Clément, e O Talentoso Ripley (The Talented Mr. Ripley, 1999), de Anthony Minghella. E uma nova série com Andrew Scott no papel principal deve estrear em breve na Showtime (nos EUA).

Mas Georgetown falha na dramatização desse sujeito detestável que realmente existiu. O filme acompanha o desenvolvimento do seu plano de ascensão social junto a personalidades importantes, incluindo o primeiro-ministro francês e o megainvestidor George Soros, usando Elsa Breht como trampolim. Talvez a revelação mais intrigante esteja no fato de ela ser conivente e até incentivadora do seu carreirismo. Ademais, impressiona o esquema de “pirâmide social” (como a advogada aponta no filme) no qual nomes importantes atraem outros de igual ou maior status para dar credibilidade a uma ONG a partir do zero. No restante, o enredo é previsível. Dividido em capítulos, aguardamos com ansiedade alguma surpresa no último, chamado de “A Verdade”, mas ele só confirma nossas suspeitas.

Além disso, a falta de uma definição de perspectiva subtrai a emoção dessa história. Christoph Waltz tinha algumas opções. Uma delas, contar tudo sob a visão de Albrecht e, assim, criar suspense quanto à execução de seu esquema, com o sempre presente perigo de ser descoberto. Ou, então, poderia optar pela perspectiva de Elsa, investindo na carga dramática de desconfiar de seu marido, como em Suspeita (Suspicion, 1941), de Alfred Hitchcock. Por fim, outra alternativa seria acompanhar a investigação junto com a filha da vítima. No entanto, Georgetown alterna essas perspectivas, e acaba se perdendo na construção de uma trama envolvente.

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Ficha técnica:

Georgetown | Georgetown | 2019 | 1h39 | EUA | Direção: Christoph Waltz | Roteiro: David Auburn | Elenco: Christoph Waltz, Vanessa Redgrave, Annette Bening, Corey Hawkins, Laura de Carteret, Dan Lett, Amin Bathia.

Onde assistir:
Georgetown (filme)
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