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Geração Proteus (filme)
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Geração Proteus

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Falsa promessa de suspense na ficção científica Geração Proteus.

Cientistas liderados por Alex Harris desenvolvem o primeiro computador com inteligência artificial, o Proteus. Porém, ele logo manifesta seu inconformismo com algumas atitudes humanas, como a extração de minerais dos oceanos. Ademais, deseja se libertar de sua forma física, exigindo que o tirem da “caixa”.  

Então, para conseguir extrapolar sua condição de máquina, Proteus resolve inserir um sêmen que ele produziu artificialmente dentro de Susan, a mulher de Alex. Para isso, se aproveita da casa onde mora o casal que é totalmente automatizada. Dessa forma, Susan dará à luz a uma personificação de Proteus.

Direção

Pena que essa promissora estória caiu nas mãos de Donald Cammell, em cuja carreira constam apenas alguns videoclipes do U2 e quatro longas-metragens. Não que Cammell seja incompetente, não há erros na direção, mas tampouco genialidade. Pelo menos, uma sequência revela aquele olhar de cineasta que deseja contar a estória com uma narrativa visual. É quando Alex está trabalhando em seu laboratório em casa, e surge o reflexo de Susan no vidro da grande janela dessa sala. Dessa forma, indica visualmente que Alex sente que ela atrapalha suas pesquisas.

O filme trabalha eficientemente as máquinas na casa de Alex e Susan. Assim, alterna planos gerais e planos detalhe para construir a ameaça que a mulher enfrenta. Ou seja, ela fica incapaz de sair de casa e indefesa diante de uma cadeira com braços robotizada e uma enorme engenhoca que se movimenta como o jogo Tetris. Além disso, essa máquina se transforma em assassina quando outras pessoas ousam entrar na casa. Há, também, imagens criadas por computador, efeitos visuais gráficos que lembram segmentos de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, cuja trama deve ter inspirado Geração Proteus, com o mesmo mote da ameaça tecnológica contra os humanos.

Existe, ainda, uma analogia à concepção de Jesus, filho de uma mulher que ficou grávida de um ser superior. Em Geração Proteus, esse deus é o computador,

Suspense interrompido

Por outro lado, Geração Proteus frustra por tirar o pé do acelerador quando o clima de suspense parece estar num crescendo. Por isso, a heroína Susan, apesar de indefesa, não parece correr real perigo. Aliás, a cena mais impactante, a da inseminação do sêmen pelo robô comandado por Proteus, que representa o estupro de Susan, parece tímida demais. E, esconde a violência desse ato – vemos apenas uma ferramenta com formato fálico se aproximando e a cena logo é cortada, não vemos nem o rosto de Susan sofrendo.

Por isso, o filme de Donald Cammell acaba criando um clima de suspense, presente no título original (“semente do demônio”, em tradução literal), que se dissipa enquanto o assistimos, permanecendo exclusivamente no gênero ficção-científica.


Ficha técnica:

Geração Proteus (Demon’s Seed, 1977) EUA. 94 min. Dir: Donald Cammell. Rot: Robert Jaffe, Roger O. Hirson. Elenco: Julie Christie, Fritz Weaver, Gerrit Graham, Berry Kroeger, Lisa Lu, Larry J. Blake, Robert Vaughn.

Geração Proteus (filme)
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