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Harry e Sally: Feitos Um Para o Outro (filme)
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Harry e Sally: Feitos um para o Outro

Avaliação:
10/10

10/10

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Crítica | Ficha técnica

Harry e Sally: Feitos um para o Outro é uma das comédias românticas mais famosas do cinema, fruto dos talentosos Nora Ephron e Rob Reiner, responsáveis pelo roteiro e pela direção, respectivamente.

Além dos dois, o filme acerta em cheio na escolha de Billy Crystal e Meg Ryan para os papéis principais. Afinal, ambos se aproximam naturalmente das personalidades que vivem no filme. Nesse sentido, Harry é o rapaz largado, folgado, realista, bem como um tanto machista. Em contrapartida, Sally faz o tipo certinho, com várias regras, romântica e que sempre vê o lado bom das coisas.

Harry, Sally e Annie Hall

Desde os primeiros momentos, nota-se que Harry e Sally foi fortemente influenciado por outra comédia romântica centrada em Nova York. Esse filme é Noivo Neurótico Noiva Nervosa (Annie Hall), dirigido por Woody Allen e lançado em 1977. Além da trilha sonora jazzística, os dois longas compartilham uma abertura com pessoas falando diretamente para a câmera.

Enquanto o próprio Woody Allen endereça ao espectador no prólogo como ele mesmo, e não seu personagem na estória, no filme de Rob Reiner é um casal que aparece sendo entrevistado, abordando o tema do relacionamento. Aliás, essa cena se repetirá, com outros casais, mais seis vezes durante esse filme. Por último, aparecem os próprios Harry e Sally. Dessa forma, concluem a estória com esse toque brilhante.

E, ainda comparando esses filmes, até as vestimentas de Sally e de Annie Hall (papel de Diane Keaton) guardam o mesmo estilo.

Acima de tudo, porém, Woody Allen se faz presente na persona de Harry. De fato, ambos são geniosos, impacientes e sagazes. Nesse sentido, reparem na cena em que Sally confere uma a uma as cartas antes de postar e Harry pega todas elas de uma vez e joga na caixa de correio.

1977

Quanto à estrutura narrativa, Harry e Sally se divide em três momentos do relacionamento da dupla. Primeiro, quando os dois se conhecem em 1977 para compartilhar uma viagem da Universidade de Chicago até Nova York, o que costuma durar mais de 12 horas. Nessa road trip os dois discutem muito e se antipatizam. Quando chegam finalmente ao destino, ouvimos as letras da canção “Let’s Call The Whole Thing Off”, cantada por Louis Armstrong e Ella Fitzgerald, que resumem de forma engraçada o turbulento início dessa amizade.

1982

Depois, em 1982, os dois se veem por acidente no aeroporto. Nesse encontro, ambos parecem bem encaminhados em suas vidas amorosas. Harry está casado e Sally está beijando Joe, seu namorado que coincidentemente é amigo de Harry. Analogamente, a abertura dessa sequência remete ao início da primeira parte, quando é Harry quem beija sua namorada da época. Agora, compartilham um voo de avião, e os dois ainda trocam farpas.

1987

Finalmente, cinco anos depois, quando ambos estão no início dos 30 anos, eles se reencontram em Nova York. Harry está divorciado e Sally terminou seu namoro com Joe. Primordialmente, é nesse segmento, o mais longo, que acontece o desenvolvimento da relação dos dois, a princípio como uma grande amizade. Segundo Harry, uma amizade improvável, pois isso não pode existir entre um homem e uma mulher.

You must remember this

Harry e Sally apresenta várias cenas icônicas. Afinal, quem não se lembra da longa conversa dos dois ao telefone, enquanto cada um assiste em seu apartamento Casablanca na televisão? Aliás, a famosa frase final de Humphrey Bogart no filme, dizendo “Acho que esse é o início de uma bela amizade” se conecta perfeitamente com esse longa de Rob Reiner. Posteriormente, a ideia da tela dividida voltará revisitada, então com três partes, incluindo o casal de amigos vivido por Bruno Kirby e Carrie Fisher.

Contudo, a cena mais marcante, sem dúvida, é aquela em que Sally finge orgasmo em uma lanchonete. Um pouco antes, Harry afirma que nunca poderia ser enganado por uma mulher nesse sentido. Como resultado, a resposta de Sally não só o convence, como também desperta seu desejo sexual pela amiga. Por isso, essa sequência é essencial para a narrativa.

A direção

Ao passo que esses trechos sejam mais famosos, vale também apontar alguns momentos em que o diretor Rob Reiner privilegia a comunicação visual. Nesse sentido, logo após o belo passeio no parque no outono, Sally diz a Harry que tem um encontro à noite, e, logo, um pilar divide a tela evidenciando o desconforto deles com essa ideia. Em seguida, ele sugere que ela vista uma saia nesse encontro, pois ela fica bem de saia. Então, eis que, no dia seguinte, os dois se veem no apartamento dele, e ela está de saia. Dessa forma, Reiner comunica sutilmente que os dois estão interessados romanticamente um pelo outro.

Por fim, a conclusão também é outro momento antológico, e por causa dele Harry e Sally é muito lembrado na véspera de fim de ano. Nela vemos Harry correndo a pé pelas ruas de uma Nova York vazia, para encontrar Sally antes que aconteça a virada do ano. Enfim, essa ansiedade desembocará no clímax que acontece exatamente como o público queria ver.    


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