Hellraiser - Renascido do Inferno (filme)
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Hellraiser: Renascido do Inferno

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Nos anos 1980, o lançamento de Hellraiser: Renascido do Inferno causou furor. Suas imagens aterradoras e sua história perturbadora o alçavam à posição de um dos filmes mais assustadores já feitos. Porém, revendo-o hoje, já não causa o mesmo impacto.

O fato de Clive Barker assumir a direção pela primeira vez, sem nenhuma experiência na indústria do cinema, não é o problema. Surpreendentemente, ele realiza um trabalho competente. O escritor resolveu assumir esse desafio porque estava desapontado com as adaptações de Subterrâneos – A Revolta dos Mutantes (Underworld/Transmutations, 1985) e Monster – A Ressurreição do Mal ou O Senhor das Trevas (Rawhead Rex, 1986), ambas dirigidas por George Pavlou.

O prólogo de Hellraiser: Renascido do Inferno prepara o espectador para o horror que ele enfrentará durante o restante do filme. Na verdade, hoje essa introdução se destaca como o trecho mais horripilante do longa. Vemos Frank (Sean Chapman) comprando um quebra-cabeças em formato de cubo em uma tenda de um estrangeiro – situação que lembra o início de Gremlins (1984). Em seguida, ele desvenda o puzzle e abre as portas do inferno para a visita dos assustadores cenobitas (entre eles, o Pinhead, que se tornaria o ícone da franquia por vir). As imagens que causam o maior impacto e que ficam na memória do espectador são aquelas do tenebroso quarto com dezenas de correntes penduradas e carne humana espalhada por todo o lado. Além disso, nos contorcemos de dor com os ganchos que fisgam a pele de Frank.

O renascido Frank(stein?)

Frank retorna à história, pois ele renasce com o sangue que seu irmão Larry (Andrew Robinson) acidentalmente derrama ao se mudar para a casa onde Frank vivia até ser subtraído pelo sobrenatural. Ele ressurge com uma forma sub-humana diante de Julia (Claire Higgins), a segunda esposa de Larry. Ela ainda é refém da luxúria sexual que o cunhado lhe proporcionou, e por isso, ajuda-o a reconstituir gradualmente sua forma humana a partir do sangue dos homens que ela passa a atrair para a casa. Até que Kirsty (Ashley Laurence), a jovem filha do primeiro casamento de Larry, se intromete e coloca esse diabólico plano em risco.   

Enfim, é uma história aterrorizante, que teve sua origem em “The Hellbound Heart”, livro de 1986 de Clive Barker. A ideia dessa serial killer movida por um ser do além é instigante, e fica ainda melhor quando os cenobitas surgem para levar Frank, com uma possível ajuda da jovem Kirsty. A loucura ganha dimensões ainda maiores porque Frank precisa de uma pele nova e, para isso, recorre ao irmão. Na tela, a visão desse Frank monstruoso é assustadora, em todas as suas diversas fases de evolução. O Pinhead e uma cenobita feminina também estão no mesmo patamar, porém outros seres desapontam, pois parecem mesmo os bonecos que são, sem muita articulação. A grosso modo, podemos dizer que os monstros que resultam de maquiagem e figurino funcionam, mas aqueles que são bonecos deixam a desejar.

Orçamento reduzido e a franquia

Além disso, é um filme com orçamento reduzido, produzido pela New World Pictures, que preferiu não arriscar demais. Por isso, o elenco traz nomes de pouca expressão (em todos os sentidos), o que fica evidente em algumas cenas. Essa opção é justificável, pois os produtores preferiram investir mais nos efeitos especiais e no cenário. De fato, a fotografia, de Robin Vidgeon, é crucial para criar o tom tenebroso de Hellraiser: Renascido do Inferno.

Estranhamente, parte do elenco retornou na sequência lançada imediatamente no ano seguinte, mas com o diretor Tony Randel no lugar de Barker. Quatro anos depois, veio Hellraiser III: Inferno na Terra (Hellraiser III: Hell on Earth, 1992), seguido de Hellraiser IV: Herança Maldita (Hellraiser: Bloodline, 1996), com Barker cada vez mais afastado desses projetos. No século 21, a franquia ganhou mais seis filmes, todos fraquíssimos. Uma nova versão, que não será sequência dos filmes lançados até agora, sairá em 2022, com o título Hellraiser e direção de David Brucker, que fez o bom A Casa Sombria (The Night House, 2020).

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Ficha técnica:

Hellraiser: Renascido do Inferno | Hellraiser | 1987 | 94 min | Reino Unido | Direção e roteiro: Clive Barker | Elenco: Andrew Robinson, Clare Higgins, Ashley Laurence, Sean Chapman, Oliver Smith, Robert Hines, Anthony Allen, Leon Davis, Michael Cassidy, Doug Bradley.

Onde assistir:
Hellraiser - Renascido do Inferno (filme)
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