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Invocação do Mal 2 (filme)
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Invocação do Mal 2

Avaliação:
9.5/10

9.5/10

Crítica | Ficha técnica

O primeiro filme desta franquia parecia o ápice da carreira do talentoso diretor de terror James Wan. Unia o magnetismo da dupla de protagonistas com um terror assustador mas elegante. Em Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2), Wan retoma os elementos que deram certo obtendo um resultado ainda melhor.

Novamente, a trama se baseia em eventos reais. Desta vez, em Enfield, na Londres de 1977. É para lá que o demonologista Ed (Patrick Wilson) e a clarividente Lorraine (Vera Farmiga) partem para avaliar a autenticidade dos fenômenos paranormais testemunhados pela família de Peggy Hodgson (Frances O’Connor). Abandonada pelo marido, Peggy luta contra a pobreza para sustentar sua filha Margaret (Lauren Esposito), de 14 anos, Janet (Madison Wolfe), de 11, e mais dois meninos menores. A menina Janet centraliza a assombração, que exige que todos saiam da casa dele. Na verdade, Lorraine queria parar com esse tipo de trabalho, pois vê a premonição da morte de Ed, após a aparição da feira diabólica em sua própria casa. Mas aceita por insistência do marido, que quer ajudar a família vitimizada.

Um caso real

Parte da eficácia que o filme obtém para assustar o espectador consiste na afirmação de que essa investigação realmente aconteceu. Adicionalmente, de que os fenômenos são verídicos. Por isso, aqui outras pessoas testemunham as aparições, e não somente Janet e sua família. Assim acontece com o vizinho e com os policiais que aparecem para acudir Peggy. E, depois, numa entrevista para a televisão (registro impressionante incluído nos créditos finais). No entanto, custará para Peggy e Jane convencerem a todos que os fatos são verídicos, pois uma especialista quer provar que se trata de armação. E a assombração tem uma camada extra de complexidade capaz de deixar até Ed e Lorraine em dúvida.

Maneirista de mão cheia

James Wan se mostra um maneirista de mão cheia em Invocação do Mal 2. Chega até a ditar um identificável padrão em filmes do gênero, principalmente em outros títulos do universo “Invocação do Mal”, como em A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona, 2020), de Michael Chaves. Assim, movimenta bastante a câmera, em travellings e steady cams, alterna planos curtos (em várias posições) com trechos de plano-sequência, filma em plongé e contra-plongé, e com vista do alto (bird’s eye). Além disso, cria imagens icônicas, como reflexos em espelhos e poças de água, a aparição da assombração em segundo plano. Destaca-se, aqui, o primoroso trecho da freira surgindo atrás do seu retrato pintado.

O filme ainda abre um pequeno espaço para o humor, quando Ed segura uma enorme câmera de mão, inovadora na época da trama, e comenta que ela é tão pequena a leve. Há espaço também para momentos de ternura entre o casal de investigadores paranormais, em especial na cena em que Ed canta “Can’t Help Falling in Love” (famosa na interpretação de Elvis Presley), música que volta na conclusão do filme. Mas, é o terror mesmo que predomina, com direito ainda a um poderoso suspense no final do confronto definitivo – a premonição sobre Ed se concretizará?

A evolução até aqui

A evolução de James Wan como cineasta chega a surpreender. Ele surgiu com um terror extremamente tenso, Jogos Mortais (Saw, 2004), que em seu cerne era um apelativo torture porn, porém elaborado com mais inteligência. Mas, conforme amadureceu, partiu para um terror elegante, que assusta sem ter nada de apelativo. Repare que Invocação do Mal 2 não tem violência extrema. Um bom exemplo do talento de Wan está na reconstituição do crime do rapaz que matou sua família inteira: a montagem rápida faz um jump cut que deixa em elipse o momento no qual o tiro acerta cada uma das vítimas.

Então, era inevitável. Logo chamaram James Wan para superproduções – Velozes & Furiosos 7 (Fast & Furious 7, 2015) e Aquaman (2018). Mas retomou o terror em Maligno (Malignant, 2021), gênero que ainda pode se beneficiar muito de sua criatividade.

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Ficha técnica:

Invocação do Mal 2 | The Conjuring 2 | 2016 | 134 min. | Canadá, EUA, Reino Unido | Direção: James Wan | Roteiro: Chad Hayes, Carey W. Hayes, James Wan, David Leslie Johnson | Elenco: Patrick Wilson, Vera Farmiga, Madison Wolfe, Frances O’Connor, Lauren Esposito, Benjamin Haigh, Patrick McAuley, Simon McBurney, Maria Doyle Kennedy, Simon Delaney, Franka Potente.

Onde assistir:
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