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Irmandade (filme)
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Uma Amizade Tóxica

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Uma Amizade Tóxica (também conhecido como Irmandade) se junta a outros filmes contemporâneos sobre a adolescência lidando com as redes sociais. Entre eles, o brasileiro Ferrugem (2018), de Aly Muritiba, que, como neste drama da Macedônia do Norte, aponta para consequências trágicas.

O foco exclusivo de Uma Amizade Tóxica é a protagonista Maya (Antonija Belazelkoska). Há uma devida preocupação em aprofundar as características dessa personagem, apesar de o roteiro não apresentar novidades nesse sentido. A adolescente está magoada, porque o pai saiu de casa para ficar com outra mulher. E Maya culpa também a sua mãe pela separação. Por isso, deposita toda a sua confiança em sua melhor amiga Jana (Mia Giraud), que se torna, assim, mais importante que a família. Inclusive, Jana serve como modelo para Maya aprender a ser menos recatada. A coisa degringola quando Jana aproveita uma oportunidade para difamar Elena (Marija Jancevska), uma garota que disputa o crush de Maya. Os resultados são terríveis.

O filme é convincente em demonstrar o efeito da tragédia em Maya. A culpa a sufoca e ela sente a necessidade de confessar seus atos. Porém, Jana a impede e até a ameaça. Em uma cena memorável, Maya vê a amiga ao seu lado, durante o treino de natação. Submersa na piscina, ela está com touca, óculos de mergulho e deformada pela água, aparentando um monstro. O que, de fato, ela é, pois só se preocupa consigo mesma, não dá a mínima para o que aconteceu com Elena, e logo troca Maya por uma nova BFF.

Amadurecimento à força

A exposição da intimidade traz sérias consequências para os adultos, como vimos em Má Sorte No Sexo Ou Pornô Amador (Babardeala cu bucluc sau porno balamuc, 2021) que, como Uma Amizade Tóxica, também está na seleção da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Imagine, então, o que provoca na frágil adolescência. E o longa de estreia da diretora Dina Duma retrata a inconsequência dessa fase nas saídas de carro regadas a bebidas e drogas, em que os jovens competem para provar que são loucos. Literalmente, eles brincam com fogo.

Nesse ponto, a atitude de Maya revela o seu amadurecimento. Ao contrário de sua amiga, ela sofre com o mal que causaram a Elena, enquanto Jana ignora essas consequências. Por isso, a cena final representa a tentativa da protagonista de despertar a consciência de Jana. Esta, ao sentir que sua vida está em risco, talvez perceba o valor que possui esse bem único que foi suprimida da colega Elena irresponsavelmente. Tal cena perturbadora dialoga com outro filme nacional sobre adolescência, que é Raia 4 (2019), de Emiliano Cunha. Porém, no filme brasileiro, a perspectiva é da garota má.  

A jovem diretora Dina Duma praticamente gruda a câmera na atriz Antonija Belazelkoska, extraindo dela uma atuação marcante num papel difícil, pois a personagem guarda suas angústias para dentro de si. Por outro lado, Uma Amizade Tóxica possui muitos cortes, e várias inserções de imagens captadas por aparelhos celulares, assim como coloca na tela mensagens trocadas via chat. Desta forma, aproxima a importante mensagem do filme ao público que mais necessita ouví-la, ou seja, os adolescentes.   


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