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Judas e o Messias Negro (filme)
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Judas e o Messias Negro

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Judas e o Messias Negro se diz inspirado em eventos reais, mas parece uma versão de Infiltrado na Klan (2018), de Spike Lee, pelo menos pela trama. Aliás, seu título poderia até ser “Infiltrado nos Panteras Negras”.

Afinal, Judas e o Messias Negro conta a história de Bill O’Neal (LaKeith Stanfield), um ladrão trambiqueiro. Quando ele é preso ao tentar se passar por um policial para roubar um carro, ele faz um acordo com o FBI. Em troca de sua liberdade, e ainda uma compensação financeira, Bill O’Neal aceita se infiltrar no grupo Panteras Negras. Por isso, se aproxima do líder do partido, Fred Hampton (Daniel Kaluuya). Porém, ele começa a questionar sua escolha.

No filme, Bill O’Neal e Fred Hampton dividem o protagonismo, juntamente com o impiedoso agente do FBI, Roy Mitchell (Jesse Plemons), o único branco dos três. Enquanto O’Neal assume uma posição passiva e indefinida, sem se decidir se continua traindo seus irmãos de cor ou se renuncia aos privilégios oferecidos pelo bureau, Hampton e Mitchell são os agentes ativos, cada um com sua posição opostamente definidas.

Fred Hampton

Logo, o carismático presidente dos Panteras Negras salta à frente como o personagem mais ricamente construído do filme. Ao revelar suas características a partir dos bastidores, e não dos noticiários tendenciosos da imprensa, Hampton é uma figura humanizada. Apesar de o seu partido recorrer à violência para demarcar sua posição política, a trama o mostra como um visionário. Por isso, em mais de uma cena, ele refuta a violência gratuita, e só a utiliza quando acredita ser a única solução. Além disso, dos três, ele é o único protagonista que se transforma durante a estória. Principalmente, depois que passa um tempo na prisão e sua mulher fica grávida.

Nesse sentido, o ator Daniel Kaluuya, de Corra! (2017), se entrega ao papel de corpo e alma. E isso fica evidente no discurso incendiário de Hampton, logo após ele ser solto da prisão.

Por outro lado, o agente Roy é o mesmo durante todo o filme. Quando titubeia um pouco, o próprio J. Edgar Hoover (Martin Sheen), diretor do FBI, reforça sua visão racista no combate às revoltas dos negros norte-americanos.

Posição definida

Então, nos créditos finais, Judas e o Messias Negro apresenta através de cartelas o destino de Bill O’Neal. Dessa forma, o filme deixa evidente o quanto ele se sentiu atormentado por seu passado, apesar de não admitir. Em outras palavras, condena a traição de O’Neal.

Em seu segundo trabalho como diretor em longa-metragem, Shaka King realiza um filme movimentado, mesclando cenas de drama e de ação. Ao contrário do personagem principal O’Neal, King se posiciona com clareza. Como resultado, Judas e o Messias Negro levanta a bandeira em favor dos negros nos EUA.


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