Pesquisar
Close this search box.
King's Man: A Origem (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

King’s Man: A Origem

Avaliação:
6/10

6/10

clique no botão abaixo para ouvir o texto

Crítica | Ficha técnica

King’s Man: A Origem, terceiro filme originado da graphic novel de Mark Millar e Dave Gibbons, deve enterrar de vez essa franquia que não se sustentou como tal. De fato, não deveria ter ido além do primeiro, Kingsman: Serviço Secreto (Kingsman: The Secret Service, 2014), que surpreendeu como uma versão charmosa de James Bond em versão exponencial. Mas sua sequência, Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle, 2017), ficou bem aquém e desapontou. E, o mesmo acontece com essa terceira inserção nesse universo, desta vez contando como surgiu o serviço secreto privado chamado Kingsman.

Embora mantendo Matthew Vaughn como diretor das duas sequências, elas não capturam o tom empolgante do filme original. Neste, os heróis transbordavam carisma, e derrotavam seus adversários (também magníficos) por meio de habilidades quase super-humanas, filmadas com um estilo modernoso que combinava com esse tema. Porém, sua sequência não trouxe essa pegada de volta, e ainda pecou por apostar demais na comédia. Desta vez, um dos erros foi inserir conexões políticas na trama, implicando os eventos que levaram à Primeira Guerra Mundial.

Assim, o barão de Oxford, Orlando (Ralph Fiennes), gradativamente se torna mais influente junto ao Rei George V da Grã-Bretanha. Sua força secreta consiste numa rede de empregados domésticos infiltrados na casa de pessoas importantes, o que permite acesso a informações confidenciais. Em sua própria mansão, ele conta com Polly (Gemma Aterton) e Shola (Djimon Hounsou). O que move Orlando, nesse sentido, é a perda de sua mulher, uma ativista pioneira morta numa visita à África do Sul, em 1902. E, agora, ele teme perder seu filho Conrad (Harris Dickinson), determinado a lutar na guerra pelo seu país.

Bons momentos, mas esparsos

Devido a essa intenção de inserir referências políticas na trama, demora mais de cinquenta minutos para acontecer a primeira cena de ação, o que é uma grande falha nesse tipo de filme. Pelo menos, a espera vale a pena. Afinal, o embate entre Orlando e o influente místico russo Grigori Rasputin (Rhys Ifans) levanta os ânimos. Levando ao pé da letra o conceito de luta coreografada (no cinema, todas são), eles lutam ao som de “1812 Overture”, de Tchaikovstky. Rasputin até aplica seus golpes girando como se fosse um dançarino. A mistura de violência e diversão resgata em parte o tom do primeiro filme.

Há outros momentos emocionantes no filme. Porém, são dispersos e não integrados. Por exemplo, acompanhamos Conrad nas trincheiras da guerra, numa longa sequência com produção de primeira classe. Ademais, há um trecho dramático tocante, quando Orlando chora por causa de uma tragédia, e precisa do apoio de Polly e Shola para se recompor. Além disso, a abordagem ao quartel-general do vilão principal resgata ápices do gênero aventura no cinema. Nesse trecho, Orlando precisa pular de paraquedas (que começava a ser testado) de um avião que ele mesmo pilota, para depois ficar pendurado em um enorme penhasco. Por fim, temos uma eletrizante luta definitiva com esse vilão (cuja identidade é mantida em sigilo até esse momento, mas sua revelação é um tanto sem graça).   

O problema de King’s Man: A Origem é que esses bons momentos, como dissemos, são esparsos. E não constroem um todo empolgante e conexo. Ou seja, é como uma colcha de retalhos mal entrelaçadas, com pedaços de trama política, melodrama, filme de guerra, aventura. Além disso, não se amarra, em estilo e tom, com o filme original.


King's Man: A Origem (filme)
King's Man: A Origem (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo