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Poster de "Lift: Roubo nas Alturas"
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Lift: Roubo nas Alturas

Avaliação:
5,5/10

5,5/10

Crítica | Ficha técnica

O diretor F. Gary Gray se mostra à vontade no filme-pipoca Lift: Roubo nas Alturas. Como provam Uma Saída de Mestre (2003), Velozes e Furiosos 8 (2017) e MIB – Homens de Preto – Internacional (2019), Gray está habituado a dirigir aventuras descompromissadas com grande orçamento. Mas, desta vez, precisa driblar o roteiro capenga repleto de ingredientes genéricos, característica típica da Netflix, que produz o filme.

Ainda assim, nem todos os seus esforços funcionam. Logo na abertura, o diretor recorre ao uso de aceleração de trechos para dar a impressão de ritmo ágil. E, ao longo do filme, retoma esse truque barato várias vezes, com resultados inócuos. Além disso, filma mal as cenas de lutas, que são poucas e confusas por conta da montagem picotada, colocando à prova a capacidade da dupla protagonista, Kevin Hart e Gugu Mbatha-Raw, de executar esse tipo de cena.

O casal, por sinal, é outro ponto fraco do longa. Não há nenhuma química entre os dois, e o fato de eles se reencontrarem após apenas cinco dias de romance deixa ainda mais frágil essa motivação amorosa sobre a qual a trama se apoia. A atriz Gugu Mbatha-Raw, da série Lóki, entrega uma atuação sofrível. Já Kevin Hart está bem, embora se esforce para não parecer muito engraçado, talvez uma tentativa de mudar os rumos de sua carreira. Essa situação parece até concretizar o que preconiza a série (lançada também como longa) Duro de Atuar (2023), protagonizada por Hart.

O que salva o filme, e a reputação do diretor, são as emocionantes cenas envolvendo barcos e aviões. A fuga pelos canais de Veneza, e o espetacular pareamento em pleno ar de dois aviões revelam o que F. Gary Gray sabe fazer de melhor em produções grandiosas.

Difícil de engolir

Contudo, o enredo não ajuda mesmo. É difícil engolir que a proposta seja roubar toneladas em barras de ouro de um perigoso gangster internacional. Ainda mais sendo uma cooperação entre a Interpol e um ladrão engenhoso que, por coincidência, tiveram um rápido caso de paixão no passado recente. Essa conexão é reforçada nos diálogos insistentemente repetidos, para assim convencer o espectador.

O ladrão Cyrus (Kevin Hart) já é milionário, não precisa aceitar esse plano da Interpol. Poderia, ao invés disso, fugir para algum lugar do mundo, junto com seus companheiros. Então, o único motivo plausível para ele aceitar essa missão arriscada seria, no fundo, a chance de reconquistar a maior paixão de sua vida.

Daí a insistência do filme em tornar acreditável esse amor fugaz do passado. Pelo menos, o roteiro consegue reunir tipos interessantes, e complementares em suas especialidades, para formar a equipe internacional (afinal, é uma produção Netflix) de Cyrus. Por isso, é uma pena que na previsível reviravolta final, três dos membros da equipe sejam jogados para escanteio, desequilibrando a balança da importância vital de cada um.

Porém, Lift: Roubo nas Alturas é um filme enxuto (apesar de perder tempo demais para convencer o público sobre o amor do casal central). E entrega de bandeja tudo o que o espectador quer ver, incluindo um pouso forçado arrepiante e um final feliz. Neste caso, a Netflix estragou o roteiro feito com algoritmos, mas o dinheiro investido conseguiu elevar o filme para se classificar um pouco acima da média.

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Ficha técnica:

Lift: Roubo nas Alturas | Lift | 2024 | 107 min | EUA | Direção: F. Gary Gray | Roteiro: Daniel Kunka | Elenco: Kevin Hart, Gugu Mbatha-Raw¸ Sam Worthington, Vincent D’Onofrio, Úrsula Corberó, Billy Magnussen, Yun Jee Kim, Viveik Kalra, Jean Reno.

Distribuição: Netflix.

Onde assistir:
Gugu Mbatha-Raw e Kevin Hart trocam olhares no filme "Lift: Roubo nas Alturas"
Cena de "Lift: Roubo nas Alturas"
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