Poster do filme "Love"
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Love

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O segundo filme da trilogia Sex, Love, Dreams, de Dag Johan Haugerud, como seu título sugere, é menos picante que o primeiro. Mas, só um pouco menos. E mantém a modernidade temática e a intenção de provocar discussões adultas e inteligentes, característica que tem marcado a obra desse cineasta norueguês. 

A narrativa sobre o amor se abre em duas histórias. Uma protagonizada pela médica Marianne. Na casa dos 40 anos, ela sofre uma certa pressão da melhor amiga Heidi para se casar, e a apresenta ao geólogo Harald, divorciado duas vezes e com uma filha pequena do último casamento.  

O outro protagonista é o jovem enfermeiro Tor, que trabalha com Marianne. No trajeto de balsa de Oslo até Nesodden, os dois se encontram na ida e na volta. O rapaz confidencia a ela que usa esse transporte para “cruising” (encontrar parceiros sexuais aleatórios, como no filme Parceiros da Noite [Cruising, 1980], de William Friedkin). Essa ideia acaba incentivando Marianne a provar essa experiência com um desconhecido, ao retornar do primeiro encontro com Harald, com quem preferiu não fazer sexo.  

Como o diretor Haugerud gosta de filmar conversas longas sobre temas importantes, o enredo cria essas situações nos encontros entre os personagens, principalmente de Marianne com Heidi, ou com Tor, ou com o pretendente Harald. Sem forçar uma construção caricatural, Heidi é uma mulher casada conservadora, e argumenta a favor do relacionamento entre Harald e Marianne, embora esta veja como um obstáculo o fato de ele ter uma filha e sua ex-esposa ser a vizinha dele. Da mesma forma, Marianne critica o sexo casual da amiga.  

Amores 

Por outro lado, Marianne é quem dá conselhos a Tor. O rapaz, acostumado a uma vida sexual ativa com vários parceiros, descobre o amor na pessoa de um psicólogo bem mais velho, paciente de próstata do hospital. Tor explica para a médica, que desconhece esse detalhe, e para o público também, que, para quem é gay, a operação de próstata causa um efeito terrível para o sexo, pois o prazer do sexo anal vem da fricção com essa glândula. Portanto, essa se torna uma questão central para reforçar o relacionamento amoroso que Tor inicia. Ou seja, funciona como ênfase dramatúrgica para um amor sem sexo – o oposto dos relacionamentos meramente físicos que ele mantinha até então. 

No caso de Marianne, a solução também quebra os batidos paradigmas. Não é preciso casamento, que envolveria ligações formais, no caso, com a ex-esposa e a filha deles. E, independente disso, um tipo de relacionamento menos convencional combina mais com essa personagem que construiu uma carreira sozinha e que nunca precisou de um companheiro (ou companheira) conjugal para ser feliz. 

Dag Johan Haugerud  usa as cenas urbanas, novamente, para dar uma pausa para a reflexão dos espectadores. Mas, desta vez, um olhar platônico sobre o horizonte urbano de Oslo parece revelar, também, o amor do cineasta pela cidade.  

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Ficha técnica:

Love | Kjærlighet | 2024 | 119 min | Noruega | Direção: Dag Johan Haugerud | Roteiro: Dag Johan Haugerud | Elenco: Andrea Bræin Hovig, Tayo Cittadella Jacobsen, Marte Engebrigtsen, Lars Jacob Holm, Thomas Gullestad, Marian Saastad Ottesen, Morten Svartveit.

Distribuição: Imovision.

Trailer:

Onde assistir:
Andrea Bræin Hovig e Tayo Cittadella Jacobsen em "Love" (divulgação)
Andrea Bræin Hovig e Tayo Cittadella Jacobsen em "Love" (divulgação)
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