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Maestro(s)

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Da leva de seis filmes da delegação francesa que veio ao Brasil para o Festival Varilux 2023, Maestro(s) é um dos três que abordam o tema do relacionamento entre pai e filho. Os outros dois, O Livro da Discórdia (Youssef Salem a du succès) e O Astronauta (L’astronaute), apresentam uma resolução consistente, mas no filme aqui analisado esse ponto frustra o espectador.  

A premissa escolhe uma variação interessante para esse tema. Pai e filho são maestros, ambos bem-sucedidos. Porém, o filho, Denis Dumar (Yvan Attal), está recebendo um reconhecimento que o pai, François Dumar (Pierre Arditi), nunca atingiu. Após receber o prêmio Victoire, Denis recebe o convite para o cargo de diretor musical do prestigiado La Scala de Milão. Porém, a proposta é feita para o pai, por engano. Então, cabe ao filho contar ao já entusiasmado pai sobre essa confusão. Mas Denis receia magoá-lo.

A narrativa conduz essa trama recheando-a com a apresentação das relações entre os personagens. Além do pai de Denis, estão a sua mãe, sua ex-mulher e empresária, sua nova namorada e seu filho no final da adolescência. A namorada possui uma característica curiosa, pois é deficiente auditiva mesmo vivendo com um músico e ela sendo uma violinista. A química desses entrelaçamentos causa reações envolventes, porém o roteiro estraga tudo no final, com uma elipse imperdoável que não mostra como tudo se resolve num final feliz com todos esses personagens conciliados.

A direção

Em seu sexto longa, o diretor Bruno Chiche segue a tendência do chamado cinema de arte contemporâneo. Ou seja, filma quase tudo com a câmera na mão ou em movimento sobre um tripé. Em poucos momentos a câmera está fixa. Assim, ainda que não chegue às tremulações exageradas, esse recurso acaba cansando. Por outro lado, a ousadia maior de usar enquadramentos fora do padrão, cortando parte da cabeça dos personagens, causa um impacto mais certeiro no intuito de revelar a intranquilidade nessas relações interpessoais. Esse recurso é bem-vindo porque soam originais, ou pouco utilizadas atualmente. Lembram Vsevolod Pudovkin, Robert Bresson e Lucrecia Martel.

A direção de Bruno Chiche merece elogios também na forma como monta as apresentações musicais. Nesse ponto, acerta ao trazer modismos atuais para um novo contexto. Nessas sequências, ele faz uso de vários planos curtos, que acompanham o ritmo da música. É como se fossem cenas de batalhas e lutas em filmes de ação. Com isso, apresenta uma agilidade que seduz o espectador, até mesmo aqueles que não entendem ou apreciam a música de orquestra.

Porém, esses acertos na direção não são suficientes para encobrir o erro da elipse que não revela os meandros do final feliz de Maestro(s).

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Ficha técnica:

Maestro(s) | 2022 | 96 min | França, Bélgica | Direção: Bruno Chiche | Roteiro: Bruno Chiche, Yaël Langmann, Clément Peny | Elenco: Yvan Attal, Pierre Arditi, Miou-Miou, Caroline Anglade, Pascale Arbillot, Nils Othenin-Girard, André Marcon, Caterina Murino.

Distribuição: Bonfilm.

Entrevista com Bruno Chiche

Trailer do filme aqui.

Onde assistir:
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