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Margot e o Casamento (filme)
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Margot e o Casamento

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

O diretor de Margot e o Casamento, Noah Baumbach, se destaca como um cineasta que trabalha a psicologia de seus personagens. Ganhou notoriedade quando foi indicado ao Oscar de roteiro original por A Lula e a Baleia, de 2005.

Em Margot e o Casamento, Baumbach novamente aproxima o espectador da intimidade das personagens, especialmente da protagonista Margot, vivida por Nicole Kidman. O filme começa com ela e o filho num trem viajando até a casa de Pauline, papel de Jennifer Jason Leigh. A caçula vai se casar e isso motiva o reencontro após vários anos sem se verem.

E, assim, as duas se lembrarão do passado, da mãe falecida, da casa onde viviam juntas e que agora serve de moradia para Pauline, darão risadas juntas. Mas também entrarão em conflito. Uma das razões para briga é o futuro marido de Pauline, Malcolm (Jack Black), um músico desempregado, sem atrativos, imaturo e de caráter fraco. Margot pensa que sua irmã merece se casar com um homem muito melhor que Malcolm. Questionada sobre isso, Pauline responde a Margot: “Que homem?”

Intimidade incômoda

A constante câmera na mão evidencia a intenção de colocar o público dentro de uma intimidade incômoda nessa família aos frangalhos. Margot, por exemplo, enfrenta problemas com seu marido, e o casal está prestes a se separar. Sem rodeios, Baumbach revela a falta de sexo entre o casal ao mostrar Margot se masturbando na primeira noite que passa na casa da irmã.

Mas Margot é incapaz de tomar alguma decisão para melhorar sua vida. A metáfora disso é a cena em que ela sobe na árvore do quintal e empaca lá em cima, incapaz de descer dela.

Essa imensa árvore seca possui importante papel na narrativa de Margot e o Casamento. Presente desde a infância na vida das duas irmãs, ela hoje atrapalha o presente. Suas raízes estragam a terra do vizinho, que por isso está em constante conflito com Pauline. Simbolizando o passado, a árvore é um empecilho para que Pauline seja feliz.

Por isso, quando ela é derrubada, Pauline se sente livre para fugir do casamento com Malcolm, deixando de lado o derrotismo e falta de confiança, herança da infância. Afinal, quando eram crianças, Margot sempre foi superior a ela em tudo.

Empatia

Margot e o Casamento luta contra a falta de personagens com quem o espectador possa se identificar. Nem Margot, nem Pauline, e muito menos Malcolm conseguem despertar essa empatia. Os personagens são todos um pouco cruéis. Se fosse um filme com objetivos mais comerciais, o filho adolescente de Margot, Claude, ganharia mais destaque e poderia encarnar esse ponto de referência para o público.

Mas o diretor Noah Baumbach descarta essa possibilidade e procura o interesse do espectador nos momentos de tensão da estória. Por exemplo, quando Margot sobe na árvore, ou quando ela bisbilhota o vizinho que acaba de trazer um porco inteiro para dentro de casa e o filho esquisito a encontra.

E, além da falta de personagens empáticos, não há trilha sonora no filme, portanto assistir a Margot e o Casamento se torna uma tarefa árida. A figura de Jack Black traz um pouco de leveza, mas, fora isso, não há motivo para sorrir durante o filme.

Pelo menos, no final, Margot toma, enfim, uma atitude. Larga tudo, sua bolsa, sua blusa e até sua irmã, para se juntar ao filho e voltar para casa. Decide retomar a vida da qual se ausentou por alguns dias.

Margot e o Casamento lembra um pouco os filmes de Ingmar Bergman ao retratar a intimidade de uma família. Baumbach seria então um discípulo do mestre sueco. No entanto, com muito ainda a aprender.

 

Margot e o Casamento (filme)
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