Pesquisar
Close this search box.
Poster do filme "MaXXXine"
[seo_header]
[seo_footer]

MaXXXine

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

O lançamento de MaXXXine (2024) coloca no prumo uma trilogia, e uma possível franquia, que deve avançar no tempo. Deixa, assim, à parte, a prequel Pearl (2022), que confunde quem embarca agora nesses filmes do diretor Ti West, porque Mia Goth interpreta a juventude (no ano 1918) da serial killer idosa de X: A Marca da Morte (2022), cujos eventos se passam em 1979. A confusão surge porque Mia Goth faz Pearl nas diferentes idades nos dois primeiros filmes e, também, a atriz pornô que quer virar estrela de Hollywood em X: A Marca da Morte e em MaXXXine.

É possível justificar o papel duplo de Mia Goth em X: A Marca da Morte como uma representação da psicopatia que passa de uma geração a outra. Já a subsequente escalação da atriz para viver a serial killer Pearl na prequel deve ter vindo como sugestão (ou exigência) dela própria (que é coautora do roteiro). A entrega dessa nova musa do terror nesse filme faz valer a escolha, porém se tornou uma pedra no caminho para dar continuidade às prováveis sequências de um slasher de sucesso.

Então, faz-se necessário ter em mente que Mia Goth é Maxine, e não Pearl, neste novo filme.

Pelas portas dos fundos

Depois de sobreviver ao massacre na fazenda onde gravava um filme pornô em X: A Marca da Morte, Maxine tenta entrar na indústria de Hollywood pelas portas dos fundos. Virou atriz pornô – lembrando que a produção em VHS era vasta e muito procurada nos anos 80 – e se exibia em cubículos de strip tease (como o de Paris, Texas).

Ti West constrói um esmerado retrato dessa época. A ascensão do pornô, da música heavy metal e hard rock, era combatida pelos americanos ultraconservadores, que viam tudo como obra do diabo. Os protestos estão por toda parte, mas a trama revelará que não se trata apenas de um esforço para caracterizar o zeitgeist em que se desenrola o enredo. Como quase tudo nesse filme, tudo está bem amarrado com o que acontece na narrativa.

Maxine consegue sua primeira oportunidade fora da indústria pornô, num filme B de terror. Mas, ela vive num cenário de extremo risco. Um serial killer, apelidado de night stalker, está matando mulheres, especialmente prostitutas. Além disso, a atriz recebe uma correspondência ameaçadora. Por trás dela, está o escamoso detetive particular John Labat (Kevin Bacon), que durante boa parte do filme ostenta um curativo no nariz (referência a Chinatown [1974]).

O filme mostra o assassino, sem revelar seu rosto, agindo com luvas de couro nas mãos. Sua figura, junto com as fortes cores vermelhas da iluminação, lembra Vestida para Matar (1980), de Brian De Palma. Mas, outro assassino de mulheres possui uma exposição mais explícita: o Norman Bates, pois Maxine visita o set de Psicose (1960) – construído para a sua sequência, como esclarece uma personagem.

Roteiro bem amarrado

Desta vez, Ti West consegue trabalhar as referências cinematográficas a seu favor. Elas contribuem, ou pelo menos não atrapalham, a narrativa, que segue com muita coerência até o final. A violência gore marca novamente sua presença, mas em menor intensidade do que nos outros filmes dessa franquia. Prefere mostrar os assassinatos de Maxine do que os do night stalker. Da mesma forma, há escassas cenas de sexo, apesar do enredo.

Além de Bacon, outros personagens marcantes estão no filme. Como, por exemplo, o agente e advogado de Maxine vivido por Giancarlo Esposito, e os policiais durões interpretados por Michelle Monaghan e Bobby Cannavale. Mas, estes dois últimos recebem falas finais dispensáveis, que, junto com o repentino despertar do desejo de vingança de Maxine, representam alguns dos pontos fracos do longa.

Mas, no geral, MaXXXine supera as expectativas, especialmente quando comparado com os outros dois filmes dessa franquia em desenvolvimento que tem apresentado filmes cada vez melhores. Entre outros destaques, além dos já mencionados, vale lembrar do plano de encerramento com a câmera que sai do galpão do estúdio e abre em panorâmica sobre Hollywood, guardando uma surpresa para o famoso letreiro da cidade. A ideia de fechar com a canção “Bette Davis Eyes”, de Kim Carnes, está conectada com a declaração da famosa atriz que abre o filme. Ti West, pelo jeito, planejou todos os detalhes dessa continuação – talvez até mais do que se preparou para Pearl.  

___________________________________________

Ficha técnica:

MaXXXine | 2024 | 104 min | EUA, Reino Unido | Direção: Ti West | Elenco: Mia Goth, Elizabeth Debicki, Moses Sumney, Michelle Monaghan, Bobby Cannavale, Halsey, Lily Collins, Giancarlo Esposito, Kevin Bacon.

Distribuição: Universal Pictures.

Trailer:

Trailer de “MaXXXine”
Onde assistir:
Cena do filme "MaXXXine"
Cena do filme "MaXXXine"
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo