Meu Filho é um Craque (filme)
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Meu Filho é um Craque

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Pela premissa de Meu Filho é um Craque (Fourmi), esperamos apenas um filme agradável. E é justamente isso que o longa francês entrega.

A trama se baseia na HQ dos espanhóis Mario Torrecillas e Arthur Laperla. O garoto Théo (Maleaume Paquin) é o craque do time de futebol de sua escola. Certo dia, um olheiro do clube inglês Arsenal assiste a um jogo desse time. Com isso, seu treinador e seu pai têm altas expectativas de que ele seja contratado. Quando as coisas não saem como esperado, Théo resolve mentir. Logo, não só os dois responsáveis, mas toda a comunidade festeja o acontecimento, que provoca várias mudanças na vida de todos. O pai, por exemplo, que bebe muito e não trabalha, tenta mudar de vida. Dessa forma, ele pode ganhar a guarda do filho e acompanhá-lo na ida para a Inglaterra.

Encorpando a premissa

Esse enredo não é suficiente para criar uma história densa, embora direcione claramente para o desenvolvimento do arco dos personagens principais, que, de fato, passam por uma transformação e amadurecem. Nesse ponto, funciona bem. E há até um duplo significado para o crescimento de Théo. Ou seja, tanto na altura que falta para ser selecionado como no aprendizado após a mentira que engatilhou tantas situações incontroláveis. Da mesma forma, faz sentido o pai estar divorciado, devido ao seu comportamento irresponsável.

Porém, a estratégia para engrossar a trama passa pelo caminho mais fácil: encher o filme com personagens secundários. Eles estão presentes durante toda a história mas com uma contribuição óbvia para a narrativa. Por exemplo, o amigo hacker, a assistente social, a melhor amiga (que cria o apelido “formiga” [fourmie, do título original] para Théo). E outros com participação decorativa, como a mãe (presença obrigatória, mas que pouco faz pelo filho), o melhor amigo (que passa todo esse período da trama com o pé engessado) e o assistente do técnico (que não gosta de futebol e é o dispensável alívio cômico do filme).

Mas, no geral, Meu Filho é um Craque acerta no tom. O drama criado a partir da mentira do menino deixa um alerta aceso o tempo todo, e compartilhamos o medo de Théo de que a verdade venha à tona. Em paralelo, corre outro drama, mais real e mais contundente, que é a atitude covarde do pai em relação à vida, sua incapacidade de enfrentar os obstáculos e vencer sua apatia. Apesar dessa essência dramática, o filme nunca fica pesado, e pode ser recomendado para toda a família.

Elenco de craques

Em seu segundo longa de sua carreira, o diretor Julien Rappeneau conta com um elenco afiado. No papel do pai, está François Damiens, conhecido por suas atuações em A Delicadeza do Amor (La Delicatesse, 2011) e O Príncipe Esquecido (Le prince oublié, 2020), desta vez numa chave mais realista. Como a mãe de Théo, Ludivine Sagnier, de Lola e seus Irmãos (Lola et ses frères, 2018) e Lupin, entrega o que esse personagem contido precisa. E Laetitia Dosch, de Jovem Mulher (Jeune Femme, 2017) e A Excêntrica Família de Gaspard (Gaspard va au mariage, 2017), vive a assistente social, que quase engata um romance com o pai de Théo. Por fim, o filme ganha muitos pontos por escalar Maleaume Paquin no papel principal, um menino que sabe de verdade jogar futebol.

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Ficha técnica:

Meu Filho é um Craque | Fourmi | 2019 | França | 105 min | Direção e roteiro: Julien Rappeneau | Elenco: François Damiens, Maleaume Paquin, André Dussollier, Ludivine Sagnier, Laetitia Dosch, Sébastien Chassagne, Didier Brice, Cassiopee Mayance, Pierre Gommé, Ismaël Dramé.

Distribuição: Pandora Filmes.

Meu Filho é um Craque estreia nos cinemas no dia 24 de novembro de 2022, em plena Copa do Mundo da FIFA.

Trailer:
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