Moonfall: Ameaça Lunar (filme)
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Moonfall: Ameaça Lunar

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

O diretor Roland Emmerich se tornou um especialista em filmes catástrofes de proporções globais. Em suas mãos, a Terra como a conhecemos deixa de existir em filmes como O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, 2004) e 2012 (2004). Mas, Emmerich aprecia também a ficção-científica, como demonstrou em Stargate (1994). Então, às vezes resolve juntar essas duas preferências, vide Independence Day (1996) e sua sequência de 2016, Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence). O problema é que a fórmula vai-se desgastando, e cada vez parece menos interessante. Moonfall: Ameaça Lunar (2022) confirma essa tese.

Existe um público afoito por ver nas telas cidades famosas destruídas por maremotos, ataques alienígenas, ou outra desgraça. Isso foi muito explorado pelo marketing da Columbia Pictures em 2012, que inseriu cenas de destruição em várias cidades famosas ao redor do mundo, e lançou posters diferentes para cada país. Inclusive, o Rio de Janeiro, com o Cristo Redentor desabando, foi uma das vítimas. Porém, quando se trata de um filme narrativo, não experimental, deve existir uma história por trás desses acontecimentos. Ou seja, não basta montar uma sequência de catástrofes, ela precisa contar com uma trama consistente para empolgar o público.

A história repleta de teorias

E a história é o ponto fraco de Moonfall: Ameaça Lunar. O que provoca a destruição na Terra é o desvio da órbita da Lua. Até aí, tudo bem, mas como justificar esse fenômeno? Então, para solucionar essa questão, os roteiristas resolveram se inspirar em 2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968), para forçar a batida ideia da Inteligência Artificial que ganha vontade própria e tenta destruir seus criadores, os humanos.

Além disso, o filme explora a teoria (que existe!) que defende que a Lua é oca e, em cima disso, ainda acrescenta que a Lua é uma megaestrutura (teoria que também existe!!), construída por alienígenas. Enfim, a trama é coerente dentro dessa incoerência, e transforma em herói o nerd que, sozinho, descobriu tudo isso antes da NASA. Nesse sentido, o ator John Bradley quase que repete o perfil do seu personagem estudioso, de bom coração, mas medroso e sem habilidades sociais de Game of Thrones ao dar vida ao KC Houseman deste filme.

Além dele, os dois protagonistas são os ex-astronautas Brian Harper (Patrick Wilson) e Jo Fowler (Halle Berry). Há dez anos, em uma missão especial fracassada, eles tiveram contato com a forma materializada da Inteligência Artificial rebelde. Porém, numa típica teoria da conspiração, o governo americano desmentiu Harper, quando já havia essa suspeita desde o pouso de Neil Armstrong na Lua. Os segmentos que retratam esse lado ficção-científica de Moonfall: Ameaça Lunar talvez desagradem aqueles que entraram no cinema para ver um filme catástrofe. Apesar de esses trechos estarem repletos de ação, eles demandam que o espectador embarque numa teoria alternativa que explica a origem da Terra.

A destruição na Terra

Enquanto isso, o filme mostra os efeitos destrutivos da aproximação da Lua, desta feita satisfazendo os fãs de filmes catástrofes. Os efeitos visuais conseguem retratar a inundação de Los Angeles, e os terremotos e as chuvas de meteoritos que resultariam desse fenômeno. No entanto, como apontamos antes, esses trechos necessitam de uma história por trás para que provoquem o drama esperado. Por isso, os acontecimentos na Terra acompanham personagens secundários conectados aos três protagonistas que foram para o espaço para tentar salvar o planeta. Mas, são personagens rascunhados, mal-acabados e que ainda tentam dar algumas camadas mais humanizadas aos heróis do filme. Fracassam, e, ao invés de engajar o público, podem até irritar, como o menino excessivamente meloso que é filho de Jo Fowler. Ou, então, levantar questões não respondidas, como a relação de Brian Harper com seu filho de 18 anos.

O final do filme traz KC Houseman, o salvador da Terra, feliz da vida na Lua que ele descobriu ser uma megaestrutura. KC conclui dando a deixa para uma continuação, mas as bilheterias norte-americanas na primeira semana não atingiram nem 10% do orçamento estimado do filme (US$ 150.000.000), o que deve afastar a possibilidade de uma sequência.

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Ficha técnica:

Moonfall: Ameaça Lunar | Moonfall | 2022 | 130 min | Reino Unido, China, EUA | Direção: Roland Emmerich | Roteiro: Spenser Cohen, Roland Emmerich, Harald Kloser | Elenco: Halle Berry, Patrick Wilson, John Bradley, Michael Peña, Donald Sutherland, Charlie Plummer, Wenwen Yu, Eme Ikwuakor, Carolina Bartczak.

Trailer:
Onde assistir "Moonfall":
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