Pesquisar
Close this search box.
Na Sua Casa ou Na Minha (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

Na Sua Casa ou Na Minha?

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Na Sua Casa ou Na Minha? (Your Place or Mine) é uma comédia romântica de melhores amigos com vidas opostas que já temos certeza de como terminará. Na verdade, não importa o desfecho, o que conta é como chegar até ele. Por exemplo, Harry e Sally: Feitos um para o Outro (When Harry Met Sally, 1989) trabalha isso à perfeição. E quem assume esse desafio nessa produção da Netflix é a francesa Aline Brosh McKenna, roteirista de O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, 2006), co-roteirista de Compramos um Zoológico (co-roteirista, We Bought a Zoo, 2011) e coautora da estória de Cruella (2021), entre outros trabalhos. Desta vez, além de escrever o roteiro, ela estreia na direção de longa-metragem.

Debbie Dunn (Reese Whiterspoon) e Peter Coleman (Ashton Kutcher) são os dois amigos que chegaram a transar uma vez, há 20 anos atrás. Mas seguiram rumos diferentes e separados até fisicamente. Debbie continua a viver em Los Angeles e Peter se mudou para Nova York. Ela se divorciou do marido, tem um filho, e assumiu o papel de mãe e dona-de-casa recatada. Ele, pelo contrário, continuou sozinho, sai com várias mulheres e ganha muito dinheiro como consultor de marketing.

Explorando a comédia

O começo da história nos dias atuais possui um capricho visual que chama a atenção. Mas se assemelha muito ao último filme de Gaspar Noé, Vortex (2021), no qual a tela dividida acompanha em paralelo as ações do casal. Noé, claro, parte para um tema diferente, a mortalidade, enquanto aqui ficamos num tom bem mais leve.

O papo entre Debbie e Peter pelo celular é uma prática comum, diariamente eles se conversam. Nesse momento, combinam sobre a viagem de Debbie até Nova York, onde ela atenderá umas aulas de extensão. A verborragia até espanta a atual namorada de Peter, mas não é tão engraçada quanto pretende ser. Provavelmente, a cineasta Aline Brosh McKenna pretendia emular o slapstick comedy dos anos 1930, mas o ritmo de frases não chega nem perto do que víamos nos clássicos do gênero.

Enfim, o que dá ânimo à história é um imprevisto. A pessoa contratada para cuidar de Jack (Wesley Kimmel), o filho de 13 anos de Debbie, arruma um trabalho e não pode mais cumprir essa função. Com isso, a trama assume a ideia de troca de papeis. Peter se oferece para ficar essa semana na casa de Debbie e cuidar de Jack. Assim, ela pode frequentar as classes em Nova York e ficar no apartamento dele. É uma premissa instigante, lembra Em Seu Lugar (In Her Shoes, 2005), com Toni Collette e Cameron Diaz.

Oportunidade de ouro

O esperado seria Debbie sentir o gosto da vida de solteirona descompromissada e Peter aprender a assumir a responsabilidade por uma pessoa. Dessa forma, os dois poderiam compreender melhor um ao outro e assumir o amor que está enrustido há 20 anos. Porém, o filme se perde nessa jornada, e joga fora essa oportunidade de ouro.

Em parte, o roteiro segue essas linhas narrativas. De fato, Debbie conhece um editor de livros e dorme com ele. E Peter procura expandir os limites que a mãe impõe para Jack para que ele possa ter uma vida mais completa. Mas isso tudo acontece aos trancos e barrancos. Surgem personagens secundários caricatos nos dois lados. Por exemplo, Debbie conta com a improvável ajuda de Minka (Zoe Chao), a ex-namorada de Peter que a ensina a se vestir e ter coragem de sair com o homem que está a fim dela. E Jack depara com um vizinho, Zen (vivido por Steve Zahn), que está sempre no jardim da casa de Debbie. Esse personagem em si é muito irritante, e personifica aquela ideia de que os californianos são meio malucos. Mas tanto Minka como Zen são dispensáveis e até atrapalham o filme.

Por outro lado, os outros dois personagens coadjuvantes são mais reais, além de essenciais para a narrativa. Estamos falando de Theo (Jesse Williams), o partidão que entra na vida de Debbie em Nova York, e Alicia (Tig Notaro), a amiga sensata de Debbie em Los Angeles.

A parte final apenas resolve a situação toda como o previsto, sem nenhuma surpresa. E ainda com dispensáveis piadinhas sem graça nas cartelas de encerramento. Enfim, sobram apenas o charme dos dois atores que vivem os protagonistas. O resto fica apenas na expectativa de uma premissa que acaba mal desenvolvida.  

___________________________________________

Ficha técnica:

Na Sua Casa ou Na Minha? | Your Place or Mine? | 2023 | 109 min | Direção e roteiro: Aline Brosh McKenna | Elenco: Reese Witherspoon, Ashton Kutcher, Jesse Williams, Zoë Chao, Wesley Kimmel, Griffin Matthews, Rachel Bloom, Shiri Appleby, Vella Lovell, Tig Notaro e Steve Zahn.

Distribuição: Netflix.

Trailer:
Na Sua Casa ou Na Minha?
Onde assistir:
Na Sua Casa ou Na Minha (filme)
Na Sua Casa ou Na Minha (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo