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O Banquete (filme)
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O Banquete

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

O Banquete traz um recorte da elite da sociedade brasileira na época do presidente Fernando Collor.

Um seleto grupo se reúne para um refinado jantar. O pretexto da anfitriã é comemorar o aniversário de casamento do editor de uma influente revista e sua esposa, que é uma famosa atriz.

Adicionalmente, o anfitrião é advogado do editor, além de um velho amigo. Completa o grupo uma ex-namorada do editor. Ela chega acompanhada de seu amigo, um colunista gay. Mais tarde, ao jantar se juntam a assistente da atriz e uma stripper. À parte, se encontra no local o jovem empregado do bufê, encarregado de servir os comes e bebes.

Conflito principal

O conflito principal que influencia o tom da noite é a iminente prisão do editor, por publicar acusações ao presidente Collor. Abatido, ele não compartilha a confiança de seu advogado embriagado, que apregoa que o mandado de prisão não será expedido.

Desde o início, há uma animosidade geral dos convidados. Quanto mais depravado o comentário, mais eles se divertem. Como um deles cita, as frases contêm teor gráfico, no sentido de serem explícitas. Mas, além das palavras, alguns convidados se olham e se tocam libidinosamente. Enquanto isso, o colunista tenta seduzir o jovem garçom.

Em paralelo, tal qual na belle époque parisiense, a essa depravação se junta o intelectualismo, aqui, pedante. Assim, trocam citações de escritores e expõem suas impressões afetadas sobre a situação do país e sobre arte, em especial ao teatro, métier de um dos presentes.

Nesse sentido, os visitantes tardios servem de contraponto. A stripper chega vestida de mulher-gato com seus comentários francos típicos de uma garota inexperiente em um terreno desconhecido. Já a assistente da atriz tenta se impor falando alto e agressivamente bordões chulos. Porém, ao invés de respeito, os demais a veem como uma figura exótica de uma classe inferior. Debaixo desse teto, somente o empregado do bufê demonstra um comportamento refinado.

“O Banquete” e “Domingo”

Aliás, sob certo aspecto, O Banquete dialoga com Domingo, filme de Clara Linhart e Fellipe Barbosa lançado no mesmo ano. São diferentes porque este último possui uma verve mais voltada para a crítica social. Mas, juntos, traçam uma visão específica de classes privilegiadas em dois períodos cruciais da recente história brasileira. Neste filme de Daniela Thomas, sentimos o clima do mandato do primeiro presidente eleito no Brasil após a ditadura. E, no de Clara e Fellipe, sentimos o ambiente esperançoso por conta da posse do primeiro presidente vindo das classes mais baixas. Em ambos, a classe privilegiada, seja a aristocracia ou a classe média alta, estão moralmente falidas.


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