O Culto de Chucky é o sétimo filme da franquia do boneco assassino iniciada em 1988. Marca a última contribuição em longas, até agora, do seu criador, Don Mancini, que assumiu a direção deste e dos dois anteriores (de 2004 e 2013).
Sequência direta de A Maldição de Chucky (2013), o elenco inclui novamente Alex Vincent (o menino Andy dos primeiros dois filmes, agora interpretando o personagem já adulto), Brad Dourif (a voz do boneco em todos os sete filmes), sua filha Fiona Dourif (como Nica, protagonista também do filme anterior), Jennifer Tilly (sua quarta atuação na franquia), e Summer Howell (em pequena participação como a menina Alice).
O Culto de Chucky se destaca por ser extremamente violento. O filme entra de cabeça no gênero slasher – literalmente, porque a introdução mostra o Andy adulto revelando que mantém em sua casa a cabeça do boneco com o cérebro parcialmente dilacerado que ainda assim continua com vida. Como Chucky sempre teve ligação com o sobrenatural, ele é capaz de possuir outros bonecos como ele através de uma espécie de vudu. E são esses brinquedos que vão espalhar o terror no hospital psiquiátrico onde Nica está internada, novamente incriminando-a pelos assassinatos que Chucky comete.
O próprio Andy incrementa o slasher do filme, ao torturar a cabeça do boneco com um maçarico. Mas, é no hospital que o gore fica ainda mais evidente. Entranhas à mostra, furadeira que atravessa a cabeça até o olho da vítima, vidros que decepam uma paciente etc… enfim, a violência explícita se espalha por todo o enredo. Nesse quesito, nenhum fã do gênero ficará insatisfeito. Além disso, formalmente, o uso da tela dividida também remete ao gênero, lembrando os filmes de Brian De Palma.
Trama de slasher B
Mas a história é fraca, parece apenas pano de fundo para possibilitar os assassinatos cruéis. Basicamente, bate na tecla do Chucky cometendo crimes através dos bonecos possuídos e colocando a culpa em Nica, que tenta, inutilmente, convencer o médico que os bonecos são os serial killers. Esse médico, porém, não é nada confiável. Ele até costuma estuprar Nica após a hipnotizar, fato que poderia ser explorado com mais profundidade no enredo. Na trama, a entrada de Jennifer Tilly soa forçada demais, sem muita relação com a narrativa. Na verdade, ela só serviria para amarrar uma sequência com a sua presença junto com a boneca, como indica o final do filme.
Como Annabelle (2014) chegou para ser a opção mais leve de um boneco assassino, O Culto de Chucky acerta em manter o viés mais violento. No entanto, esse seria o último longa da franquia com Don Mancini. A refilmagem Brinquedo Assassino (2019), de Lars Klevberg, não conta com Mancini que, por outro lado, está envolvido com a série Chucky (2021-2024), exibida na Disney+.
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Ficha técnica:
O Culto de Chucky | Cult of Chucky | 2017 | 91 min. | Canadá, EUA | Direção: Don Mancini | Roteiro: Don Mancini | Elenco: Fiona Dourif, Brad Dourif, Jennifer Tilly, Alex Vincent, Michael Therriault, Zak Santiago, Ali Tataryn, Marina Stephenson Kerr, Elisabeth Rosen, Summer H. Howell.