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O Império dos Sentidos (filme)
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O Império dos Sentidos

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Quem assiste a O Império dos Sentidos nunca se esquece dele. A princípio, pode-se argumentar que o motivo disso são suas cenas de sexo, mas isso não é correto. Afinal, muitas pessoas consomem muitos filmes pornôs e eles logo se perdem na memória. O que Nagisa Oshima criou aqui foi uma obra de arte contundente que não tem medo de mostrar sexo e violência gráfica.

Para começar, a história retratada no filme é chocante – mais ainda quando descobrimos que se baseia em acontecimentos reais. Em meados da década de 1930, a ex-prostituta Sada tem um caso com o seu patrão Kichizo. Com o tempo, ela fica cada vez mais obcecada pelo sexo dele. Insaciável, ela não consegue ficar distante do membro do parceiro, e eles chegam a passar vários dias sem nem sair da cama. Logo, Sada fica tão possessiva que passamos a prenunciar uma inevitável tragédia, ainda mais quando o casal inclui elementos sádicos nas transas. Então, a tragédia acontece, e é surpreendente.

Toda a mise-en-scène de O Império dos Sentidos é belíssima, comprovando que se trata de uma produção caprichada. A fotografia se destaca com a predominância de cores quentes, que se alinham à alta temperatura do relacionamento do casal central. Aliás, os belos atores são Tatsuya Fuji, que fazia carreira em filmes B de ação, e Eiko Matsuda, que já tinha experiência em produções de sexploitation.

Cenas explícitas

Sinceramente, quando nos deparamos com cenas de sexo explícito num filme que não é pornográfico, sentimos uma forte surpresa. Por exemplo, podemos citar as felações em O Diabo no Corpo (1986), de Marco Bellocchio, e em Rainha de Copas (2019), de May el-Toukhy. De fato, isso acontece também em O Império dos Sentidos, mas apenas nas primeiras vezes que as testemunhamos. Afinal, elas continuam por todo o filme. Então, para nos manter impressionados, Nagisa Oshima vai sobrepondo camadas cada vez mais ousadas.

O diretor Oshima é talentoso, e acentua as imagens mais chocantes com planos detalhes precisamente planejados.

Apesar de invadirmos o limite do extremo, assistimos a tudo isso compreendendo que se trata de uma evolução doentia da obsessão dos personagens pelo sexo, impulsionada pelo protagonismo de Sada. Assim, a razão vai perdendo espaço para a loucura. Nesse processo, a moral desaparece, tal como prova o sonho de Sada com um menino de uns três anos de idade.

Como resultado, é impossível não ser impactado por O Império dos Sentidos. Definitivamente, um filme que nos prende enquanto o vemos, por mais difícil que seja de digerir, e do qual sempre nos lembraremos.

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Ficha técnica:

O Império dos Sentidos (Ai no korida) 1976. Japão/França. 102 min. Direção e roteiro: Nagisa Oshima. Elenco: Tatsuya Fuji, Eiko Matsuda, Aoi Nakajima, Yasuko Matsui, Meika Seri.

Conheça também: O Império da Paixão (1978)

Onde assistir "O Império dos Sentidos":
O Império dos Sentidos (filme)
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