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O Império da Paixão (filme)
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O Império da Paixão

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Com O Império da Paixão, Nagisa Oshima tentar repetir o êxito de O Império dos Sentidos (1976). Novamente, uma paixão enlouquecida leva a situações extremas.

A história se passa em 1895. Após a guerra, um rapaz chamado Toyoji retorna para seu vilarejo e fica ocioso. Acaba se apaixonando por Seki, uma mulher casada 26 anos mais velha que ele. Com a intenção de aprofundar esse relacionamento, Toyoji e Seki matam Gisaburo, o marido de Seki, e o jogam num poço. Porém, o fantasma do morto começa a assombrar a vida de Seki.  Enquanto isso, um policial aperta o cerco da investigação do crime.

Menos sexo

Talvez para não repetir a principal polêmica de O Império dos Sentidos, desta vez Nagisa Oshima opta por filmar cenas de sexo menos frequentes e menos ousadas. Contudo, dessa forma, a paixão entre os amantes não parece tão insana a ponto de levar ao brutal assassinato do marido. Isso soa mais forte em relação à mulher Seki, que mantém uma posição passiva quanto à iniciativa de buscar o sexo.  

Já a aparição do fantasma segue a tradição japonesa e não ser uma assombração com intenções de se vingar dos seus assassinos. Então, ele surge e permanece imóvel, não tenta se comunicar com a esposa. No entanto, sua presença é suficiente para lhe provocar a reflexão sobre a traição.

Outros pontos fracos

Perto da conclusão, há um trecho da narrativa que incomoda. Não faz sentido o casal passar por uma sessão de tortura, quando os dois estão pendurados numa árvore sendo açoitados porque não querem confessar o crime. Afinal, já não havia como eles escaparem, as evidências eram fortes demais, então o mais lógico seria confessarem e serem logo executados, evitando esse castigo físico desumano.

Por um lado, a fotografia é deslumbrante, com algumas cenas pictoricamente belíssimas. Por exemplo, o casal abraçado em primeiro plano com raios de luz e da fumaça da casa incendiada por trás. Porém, a direção de arte apresenta momentos de desleixo. Nesse aspecto, temos o início do incêndio da casa de Seki, não muito convincente, e o fundo do poço quando o casal entra para tentar encontrar o cadáver, uma cena bem artificial.

Além disso, a narração que só aparece na metade final do filme causa estranheza. Até então, nenhum momento apresentou esse recurso. Então, sua inserção posterior parece a solução mais fácil para encerrar a história, mas não a mais adequada.

Enfim, apesar de bem filmado, O Império da Paixão não consegue empolgar. Definitivamente, as suas belas imagens não compensam a narrativa claudicante, que nunca convence que os amantes estavam tão loucamente apaixonados.

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Ficha técnica:

O Império da Paixão (Ai no borei) 1978. Japão/França. 105 min. Direção: Nagisa Oshima. Roteiro: Nagisa Oshima, Itoko Nakamura. Elenco: Tatsuya Fuji, Kazuko Yoshiyuki, Takashiro Tamura, Takuzo Kawatani, Akiko Koyama, Taiji Tonoyama.

Onde assistir:
O Império da Paixão (filme)
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