Pesquisar
Close this search box.
O Lodo (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

O Lodo

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Drama e suspense psicológico, O Lodo adapta o conto de mesmo nome de Murilo Rubião.

Logo no primeiro frame do filme, sentimos as confortantes mãos dos experientes Helvécio Ratton (o diretor) e de Lauro Escorel (o diretor de fotografia). Cinema filmado com capricho, e o enquadramento de abertura comprova essa qualidade. Nada de câmera trêmula ou outros truques fáceis como aceleração ou desaceleração da velocidade ou vômitos para retratar o estado mental do protagonista Manfredo (Eduardo Moreira). Ele está na cama, tentando retardar o momento de se levantar, embora o despertador e a empregada o lembrem que precisa fazer isso. Então, toma o café da manhã vagarosamente e se arrasta até chegar ao seu trabalho e se sentar na sua mesa para jogar paciência no computador. O chefe pede urgência no serviço e ele interrompe para responder a um telefonema de uma mulher que quer fazer sexo com ele.

O enredo

Assim, após essa abrangente apresentação do personagem principal, a trama começa de vez. Manfredo comparece a uma consulta com um psicólogo, pois quer descobrir os motivos de sua desmotivação. Aos olhos do Dr. Pink (Renato Parara), seu paciente está com depressão, por isso tenta iniciar uma regressão ao seu passado. Porém, ele resiste e se recusa a continuar o tratamento. Então, o filme fica ainda mais interessante, pois veremos que o Dr. Pink não aceita essa interrupção, e passa a perseguir o seu paciente para convencê-lo a comparecer às sessões previamente agendadas. Parece que o enredo logo entrará no fantástico – e o pesadelo surrealista que se concretiza num ferimento no peito do protagonista reforça essa impressão. Da mesma forma, o lodo como o passado traumático e o efeito psicossomático são alguns dos conceitos da psicologia aos quais a trama recorre, e o habitual flashback recorrente que cada vez mais avança na revelação também estimula nossa expectativa.

Mas, o filme, da metade em diante, desperdiça essa porta aberta para o mistério. Faz o contrário, quando acaba colocando os pés no chão ao transformar as insistências do psicólogo em uma cobrança judicial que acaba no tribunal. Além disso, o fantasma do passado retorna para a vida de Manfredo sem nenhum alarde, quando poderia criar um forte suspense.

Um curta-metragem ou um longa fantástico

Com isso, chegamos à conclusão que essa história, até por ter como origem um conto, não rendia um longa-metragem. Talvez por isso o roteiro de O Lodo inclua algumas subtramas sem muita importância para a narrativa, que servem mais para enriquecer o protagonista. Estamos falando do caso que ele tem com a mulher do chefe e a competição com o colega carreirista. Parece uma tentativa de esticar a trama para chegar aos habituais 90 minutos de duração. De qualquer forma, é um filme que nos instiga, principalmente na primeira metade, contando com uma direção acima da média. Mas que poderia ser melhor se enveredasse pelo fantástico.

___________________________________________

Ficha técnica:

O Lodo | 2020 | Brasil | 94 min | Direção: Helvécio Ratton | Roteiro: Helvécio Ratton, L.G. Bayão | Elenco: Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Teuda Bara, Renato Parara, Rodolfo Vaz, Fernanda Vianna, Maria Clara Strambi, Cláudio Márcio, Samira Ávila, Thais Mazzoni.

Distribuição: Cineart.

Trailer:
O Lodo

(foto/divulgação: crédito Bianca Aun)

Onde assistir:
O Lodo (filme)
O Lodo (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo