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Era Uma Vez Um Sonho (filme)
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Era Uma Vez Um Sonho

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

Era Uma Vez Um Sonho adapta o livro de J.D. Vance, que conta como ele, um garoto pobre do interior com uma mãe viciada em drogas, conseguiu se formar em direito em Yale, uma das universidades mais prestigiadas dos EUA.

História de uma pessoa comum

Essencialmente, o relato apresenta as particularidades individuais da vida do protagonista, mas é a história de uma pessoa comum. E, como tal, seu poder de engajamento depende muito de como ela é contada. Entre os filmes da Netflix, como esse, um exemplo que deu certo é História de um Casamento, de Noah Baumbach.

Porém, em Era Uma Vez Um Sonho nem a roteirista Vanessa Taylor (de A Forma da Água), nem mesmo o experiente diretor Ron Howard, parecem muito inspirados. Apesar disso, os detalhes da vida de J.D. Vance estão presentes no filme, alternando flashbacks a partir de 1997 e a ação no presente, em 2011.

E os ingredientes são dramáticos. Afinal, a luta contra a dependência das drogas causa um abalo devastador na vida de seus familiares. Porém, se J.D. sofre com isso, sua avó padece em dobro, pois além da filha, ela conviveu com um marido também viciado. Enfim, há vasto material para construir personagens profundos, e ele é apresentado no filme. Mesmo assim, o espectador não consegue sentir empatia por eles, e acompanha a estória com indiferença.

Falhas no roteiro

Acima de tudo, Era Uma Vez Um Sonho falha ao não inserir momentos de reflexão dos personagens. Então, os fatos se sucedem, eles estão sempre em movimento, mas faltam aquelas cenas que revelam o impacto que eles sentem. Além disso, há uma não intencional disputa de protagonismo entre J.D. e sua avó – enquanto a mãe nunca emerge do segundo plano.

Nesse contexto, a avó é a figura mais poderosa, que enfrenta as doenças do marido e da filha, e ainda luta para sustentar a família. É ela quem inspira J.D., na adolescência, a enfrentar a vida com coragem. Porém, o filme posiciona J.D. como personagem principal. Afinal, ele é o autor do livro sobre ele mesmo, e um modelo de superação propagado pelo sonho americano. Por isso, a obra virou um best seller.

Enquanto o roteiro de Vanessa Taylor acompanha o enfoque do livro, o diretor Ron Howard o filma sem brilhantismo. Na verdade, Howard não é genial, apenas competente. Realiza um filme após o outro, e, às vezes, acerta, como em Uma Mente Brilhante (2001). Mas em Era Uma Vez Um Sonho, poucos momentos se destacam.

No início, há uma bela montagem das fotos de família de J.D., começando pela atual, em 1997, em Jackson, Kentucky, sua origem. As imagens seguintes são fotos similares do clã, retrocedendo no tempo até os primeiros pioneiros.

Igualmente, outra cena interessante traz um trabalho inteligente do som. J.D. briga com a avó e sai de casa batendo a porta. O barulho da porta batendo continua, mas é ele arremessando a bola de basquete contra a porta da garagem.

Falha na direção

Apesar disso, esses destaques não conseguem cobrir a falha de Ron Howard em gerar emoção no filme. De fato, muitos personagens choram, sofrem, mas sem provocar o espectador. O diretor não tira proveito nem mesmo da corrida contra o tempo de J.D. para resolver os problemas com a mãe em tempo para uma entrevista a dez horas de distância de onde ele está.

Então, talvez o ponto forte de Era Uma Vez Um Sonho seja o aspecto técnico, tanto da maquiagem como da atuação e escolha do elenco. E as fotos reais de J.D. e os membros sua família, que surgem nos créditos finais, comprovam o quão parecidos com eles estão os atores no filme.

Nesse sentido, o ator em ascensão Gabriel Basso faz o personagem principal, e Freida Pinto sua namorada. Ambos muito semelhantes com as pessoas que eles interpretam. Mas são Glenn Close e Amy Adams que passam por transformações físicas impressionantes. Comenta-se que as duas podem receber indicações ao Oscar por essas atuações, mas o filme é tão fraco que pode impedir que isso aconteça.


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