Acima de tudo, esta versão feita para a TV de O Morro dos Ventos Uivantes em formato de minissérie de dois episódios possui como ponto forte o esforço em reproduzir fielmente o clássico romance de Emily Brontë.
Porém, no início a minissérie não aparenta essa fidelidade. Afinal, ela altera a estrutura narrativa do livro, antecipando a trama de Heathcliff já idoso para se apoderar da propriedade da Catherine filha.
Mas, logo após essa sequência introdutória, a minissérie inicia a estória tal qual é relatada no original. Assim, em ordem cronológica, começa quando o pai de Cathy e Hindley lhes apresenta Heathcliff, um menino cigano que ele resolve adotar.
Adaptação
O famoso romance contado no livro chocou a sociedade da época de seu lançamento em 1847. E essa adaptação para a TV reproduz a estória trágica, marcada por amor e ódio, envolvendo Cathy e Heathcliff. Um relacionamento que o terrível Headley não permitiu acontecer. Na verdade, ele nunca aceitou Heathcliff como membro da família. Essencialmente, os três irmãos agiram com maldade, em determinados momentos, tomados pelo ciúme e pela vingança.
Enquanto o roteiro merece elogios por se manter fiel à estória original, não há muito a enaltecer quanto à produção. Definitivamente, é uma realização claramente feita para televisão, com cenários e fotografia básicos, bem como direção burocrática e sem inspiração. Predomina o uso de grandes closes, que cabem bem nas telas pequenas de televisores.
Assim, além do roteiro, apenas as atuações merecem destaque. Nesse quesito, Tom Hardy e Charlotte Riley convencem e emocionam como o casal protagonista. Enquanto Riley está acostumada a produções para a TV, Hardy se desdobra para sobrepor a fraca maquiagem que não consegue diferenciar eficientemente o seu personagem Heathcliff jovem do mais idoso. Um tipo de problema que ele não voltaria a enfrentar em produções maiores de sua carreira, como em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012), Mad Max: Estrada da Fúria (2015), O Regresso (2015), e muitas outras. O Morro dos Ventos Uivantes já foi levado para as telas, grande ou pequena, várias outras vezes, mas as mais famosas são as versões de 1939 (com Merle Oberon e Laurence Olivier) e 1992 (com Juliette Binoche e Ralph Fiennes).
