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O Protetor: Capítulo Final (filme)
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O Protetor: Capítulo Final

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O Protetor: Capítulo Final (The Equalizer 3) é melhor do que o primeiro, e inferior ao segundo. A força do seu personagem principal mantém essa (até aqui) trilogia acima da média. Robert McCall (vivido por Denzel Washington, ótimo nesse papel) apareceu na série americana O Justiceiro (1985-1989), título que o caracteriza perfeitamente. Mas, cabendo ainda acrescentar que esse ex-agente da CIA faz justiça com as próprias mãos com habilidade quase sobre-humana e extrema violência. Neste terceiro filme, a violência está potencializada, com mais violência gráfica – tal qual o Rambo: Até o Fim (Rambo: Last Blood, 2019), tem gore equivalente ao gênero terror.

A história traz questões interessantes, mas também tolices. Começa com uma violência acima do tom, aproximando Robert McCall de um carniceiro. Por ironia, é mortalmente ferido por um adversário bem mais fraco. Tenta até o suicídio, mas falha. Conforme o filme avança, fica engasgada a ideia de que ele se arriscou numa missão internacional grandiosa na Sicília. Isso tudo iria contra as características do personagem, um aposentado que só age diante da injustiça perante o cidadão comum. Ainda bem que a parte final corrige essa incongruência.

A CIA contra a máfia

Voltando à trama, McCall sobrevive graças a um médico local, que o atende em casa, em Altomonte. Então, como precisa de dias para se recuperar, acaba convivendo com a pequena comunidade local. E, logo, ele está integrado e disposto a viver ali para sempre. Contudo, uma família mafiosa de Nápolis atormenta os seus novos amigos. Assim como vimos recentemente no filme italiano Nostalgia (2022), de Mario Martone, a Camorra usa jovens em motocicletas para executar as suas cobranças.

O enredo poderia simplesmente se limitar a esses ataques para justificar que Robert McCall entre em ação contra os mafiosos. Porém, acaba complicando desnecessariamente ao conectar a máfia com o ataque contra os traficantes do prólogo. Nisso, inclui na trama a personagem Emma Collins (Dakota Fanning), uma agente da CIA com uma ligação especial (só revelada na conclusão) com McCall. O problema é que Emma acaba sendo deixada de lado na história. O filme nem chega a mostrar as suas habilidades como agente no interrogatório de um mafioso. Depois, ela acaba no hospital, fora dos conflitos derradeiros.

Irregular

As cenas de ação são eficientes – velozes, mas compreensíveis. O diretor Antoine Fuqua evoluiu nesse sentido em relação aos dois filmes anteriores, principalmente o primeiro que tinha esse aspecto como ponto fraco. Por outro lado, O Protetor: Capítulo Final apresenta duas cenas que não funcionam. A primeira traz um momento similar ao de Spartacus (1960), de Stanley Kubrick, quando os moradores de Altomonte dão um passo à frente e se expõem para proteger MCall. Poderia ser bonito, mas tamanho é o medo que eles sentem (justificadamente) dos mafiosos que essa atitude acaba parecendo forçada. A outra cena lembra O Poderoso Chefão 3 (The Godfather Part III, 1990), de Francis Ford Coppola, ao alterar trechos de uma celebração religiosa com outros da violenta execução de McCall. Parece uma tentativa superficial de identificar os altomonteses como religiosos puros em contraponto com a maldade dos mafiosos e do próprio herói justiceiro.

O Protetor: Capítulo Final compensa essa trama irregular com uma violência cada vez mais extrema. Ainda bem que esse é o capítulo final. Se continuasse escalando a violência dessa forma num quarto filme, Robert McCall se tornaria um John Kramer.

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Ficha técnica:

O Protetor: Capítulo Final | The Equalizer 3 | 2023 | 109 min | EUA, Itália | Direção: Antoine Fuqua | Roteiro: Richard Wenk | Elenco: Denzel Washington, Dakota Fanning, Eugenio Mastrandea, David Denman, Gaia Scodellaro.

Distribuição: Sony Pictures.

Trailer aqui.

Onde assistir:
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