Pesquisar
Close this search box.
O Sol é para Todos (filme)
[seo_header]
[seo_footer]

O Sol é para Todos

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Um melodrama com evidente crítica social aos preconceitos contra negros e pessoas com deficiência, em uma cidade no sul dos EUA, em 1932.

A trama

A história de “O Sol é para Todos” é narrada pela personagem Scout (Mary Badham), relembrando fatos de seu passado quando era menina. Assim, ela conta que vivia em Maycomb com Jem (Phllip Alford), seu irmão de 12 anos, e o pai viúvo, o advogado Atticus (Gregory Peck).

Quando Atticus aceita defender um rapaz negro acusado de molestar uma moça, filha de Bob Ewell, este incita os demais moradores da pequena comunidade a protestarem contra o advogado. Enquanto o processo toma forma aos poucos, acompanhamos as crianças intrigadas com o vizinho Boo Radley. Vivido por Robert Duvall, irreconhecível em seu primeiro filme para o cinema, Boo é um homem com deficiência intelectual.

O julgamento acontece somente na metade do filme, e mantém o ponto de vista das crianças, que observam o que se passa na audiência espiando pela porta do tribunal.  O processo se encerra, e o acusado morre ao tentar escapar. Porém, Atticus deixara evidente que a vítima, na verdade, inventou a acusação porque o rapaz se recusara fazer sexo com ela. Então, a exposição pública deste comportamento irrita Bob Ewell, que tenta se vingar.

Análise do filme

A perspectiva de contar a história pelos olhos da menina Scout favorece a identificação do espectador. De fato, isso aumenta o drama no momento em que ela e seu irmão são atacados voltando para a casa em uma noite de Halloween. Nessa cena, para fragilizar a posição da garota, ela veste uma fantasia de presunto. Com isso, ela mantém as mãos dela coladas ao corpo e com os pés juntos, impedindo seus movimentos. Ademais, somente consegue enxergar parcialmente, através de dois buracos na fantasia.

Os episódios que Scout conta foram marcantes em sua vida, e a prepararam para a vida adulta. Há uma frase durante o julgamento que é metafórica para o preconceito racial denunciado pelo filme. O rapaz negro não tem a mão esquerda, e Atticus argumenta que ele não poderia, por isso, ter atacado a vítima da maneira que ela contou. Atticus diz que a direita é a única mão que ele tem. Com outras palavras, ele está afirmando que essa linha de defesa é o único direito que lhe resta, o que fica mais evidente em inglês, onde a palavra “right” (direito ou direita) não sofre alteração por concordância nominal.

Justiça

No entanto, a maior lição para Scout repousa na decisão consensual do xerife e de Atticus em não denunciar que Boo matara Bob Ewell quando este atacou as crianças. Eles acreditam que Bob foi o causador da morte do rapaz negro, ao inventar a acusação para esconder o mau comportamento da filha. Optam, portanto, pela justiça pelas próprias mãos.

“O Sol é para Todos” é uma produção do início dos anos 1960, quando a luta contra o preconceito racial já estava em pauta. Assim, o filme reforça esse movimento, mirando os resistentes estados sulistas. Além disso, ele ataca também o preconceito contra os deficientes mentais, na figura de Boo, que os moradores preferiam evitar, acreditando que ele fosse perigoso.

Em suma, este é um dos melhores filmes do diretor Robert Mulligan, um especialista em melodramas com crítica social.


Ficha técnica:

O Sol é para Todos (To Kill a Mockingbird, 1962) EUA, 12 min. Dir: Robert Mulligan. Rot: Harper Lee, Horton Foote. Elenco: Gregory Peck, Mary Badham, Phillip Alford, John Megna, Frank Overton, Rosemary Murphy, Ruth White, Brock Peters, Estelle Evans, Paul Fix, Collin Wilcox Paxton, James Anderson, Alice Ghostley, Robert Duvall, William Windom, Crahan Denton, Richard Hale.

Assistir: Mary Badham fala sobre “O Sol é Para Todos”

Leia também: crítica do filme “O Preço de um Prazer”

Onde assistir:
O Sol é para Todos (filme)
O Sol é para Todos (filme)
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo