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O Último Urra (filme)
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O Último Hurra

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Em O Último Hurra, John Ford envereda pelo drama político. Não de uma figura gigante como em A Mocidade de Lincoln (Young Mr. Lincoln, 1939), mas um prefeito de uma cidade na região de New England, nordeste dos EUA. O filme relata a campanha do veterano político pelo seu quinto mandato. Baseado no livro de Edwin O’Connor.

O astuto Frank Skeffington, interpretado por Spencer Tracy, parece à frente dos outros candidatos nessa eleição. Porém, ao confrontar um banqueiro poderoso, tudo pode mudar. Esse opositor se junta a outro rival, o dono de um jornal, e juntos apoiam o candidato Kevin McCluskey, um novato sem personalidade, facilmente moldável. Mas, jovem e típico pai de família americano.  

Assim, durante o filme, O Último Hurra desvenda os bastidores de uma campanha eleitoral. Apesar de não ser um político desonesto, Skeffington se utiliza de métodos pouco ortodoxos para derrotar seus adversários. Além disso, ele não cede a pressões, nem teme forçar até conseguir o que quer. Por isso, os rivais estão loucos para derrotá-lo.

O político de bom coração

Apesar de alguns momentos cômicos, é o melodrama que se destaca em O Último Hurra. John Ford se preocupa em retratar o homem por trás do político. Skeffington tem um bom coração, e isso fica evidente quando ele dá apoio emocional e financeiro a uma amiga que perde seu marido de repente. E, também, no tratamento respeitoso que ele dispensa a um dos seus funcionários, Ditto Boland, que possui dificuldade de compreender as coisas. O protagonista, viúvo, se sente magoado porque seu filho único se tornou um bon vivant irresponsável, que só pensa em mulheres e bebidas. Por isso, Skeffington se aproxima do sobrinho Adam Caulfield (Jeffrey Hunter), que é o filho que ele gostaria de ter.

Porém, o filme possui um tom fortemente melancólico. O pessimismo não está só na conclusão, no fim da vida de Skeffington. Ao longo do filme, as cenas noturnas predominam, marcando o fim de uma era. Agora, a televisão pode promover com sucesso a eleição do jovem candidato que aparece em um programa de TV, armado para enaltecê-lo, como um bobalhão.

Por outro lado, ao humanizar o protagonista, John Ford provoca a empatia do público por Skeffington. Mesmo mostrando que o mundo da política não perdoa os ingênuos, esse personagem nunca ultrapassa o limite que separa o honesto do desonesto. Aliás, uma pessoa muito melhor do que seus detratores. Por isso, quando sua vida chega ao final, vemos seus amigos subindo a escada de sua casa para ver o seu corpo no quarto. Numa bela composição, Ford projeta suas sombras na parede. Dessa forma simbólica, o diretor, conhecidamente católico, não deixa dúvidas de que Skeffington vai para o céu.


Onde assistir "O Último Hurra":
O Último Urra (filme)
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