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Perseguidor Implacável (filme)
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Perseguidor Implacável

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Perseguidor Implacável”: Dirty Harry estreia detonando

O primeiro filme do personagem Dirty Harry, que marcou a carreira de Clint Eastwood, chega arrombando as portas. O policial objetivo, porém, também grosseiro e inconsequente, estampa nessa estreia sua personalidade distinta em um filme eletrizante. A direção é de Don Siegel, parceiro de Eastwood em muitos longa-metragens.

Um psicopata que se identifica como Scorpio ameaça matar uma pessoa por dia caso o prefeito de San Francisco não lhe entregue cem mil dólares. Harry é o investigador do caso. Mas, o filme mostra que, além desse assassino, o detetive precisa atuar em outras situações, como um assalto a banco e um suicídio. Há muito trabalho, por isso ele ganha um parceiro, Chico (Reni Santoni). A fim de colocar Scorpio em uma armadilha, Harry deve entregar o dinheiro que ele pediu. Porém, a missão falha. O bandido surra Harry, baleia Chico, e assassina uma vítima civil.

Em nova tentativa, Harry consegue prender Scorpio, mas ele é solto porque as provas não foram colhidas mediante um mandado. Chico desiste dessa arriscada profissão e sua esposa questiona Harry por que ele não faz o mesmo. Mas o detetive não tem resposta.

Então, Scorpio sequestra um ônibus escolar com várias crianças dentro, mas o prefeito ordena a Harry que ele não se envolva. Sua ordem será desobedecida.

A direção de Siegel

Don Siegel é especialista no gênero policial e “Perseguidor Implacável” é um dos seus melhores trabalhos. O filme não perde o pique em nenhum instante. Mesmo nos momentos em que não há ação, sempre o clima é tenso. E, quando acontece um fato importante, o diretor enfatiza de forma magistral. Por exemplo, na antológica perseguição no estádio de futebol, quando Harry começa a torturar o bandido, a câmera recua num enorme travelling e se afasta da cena, deixando a imaginação do espectador trabalhar esse ato violento.

Siegel utiliza outro recurso para sensibilizar o espectador em relação à violência. Quando o bandido sofre uma surra para incriminar Harry, o vemos através de uma janela com os vidros quebrados, manchados de sangue por alguém que se cortou neles, imagem que por si só provoca a sensação de dor no espectador.

O estilismo se nota na cena em que Harry se encontra à beira de uma cruz gigante, e a câmera é posicionada no topo dela, e também na base, usando o plongée e o contra-plongée para evidenciar a difícil situação do detetive.

Personagens

O vilão é construído de forma maniqueísta. Não há nenhuma demonstração de sentimento humano, um quase animal predador. Fisicamente, além das expressões do ator Andy Robinson, ele ainda é deformado fisicamente durante o filme. Assim, passa a mancar e a ostentar um curativo que atravessa a face surrada.

Contudo, o personagem mais complexo é Harry, que deseja cumprir seu papel como homem da lei, mas não entende os limites da profissão. Acredita agir corretamente, mesmo quando atua como um justiceiro. Somente no final do filme é que ele começa a compreender seus valores. Ele não busca a Justiça tal qual o Direito prega, esta não funciona para ele. O que Harry precisa é acabar com o mal, aqui presente na forma do Scorpio. Por isso, arremessa para longe seu distintivo, num gesto emblemático.

E, para fechar, uma curiosidade. Em uma das cenas iniciais, vemos o letreiro de um cinema exibindo “Play Misty For Me”, que é o filme “Perversa Paixão”, que Clint Eastwood dirigiu e lançou naquele mesmo ano.


Ficha técnica:

Perseguidor Implacável (Dirty Harry, 1971) 102 min. Direção: Don Siegel. Roteiro: Harry Julian Fink & Rita M. Fink e Dean Riesner. Elenco: Clint Eastwood, Harry Guardino, Reni Santoni, John Vernon, Andy Robinson, John Larch, John Mitchium, Mae Mercer, Lyn Edgington, Ruth Kobart, Woodrow Parfey, Josef Sommer, Joe de Winter, Debralee Scott.

Assista: entrevista de Clint Eastwood na BBC

Onde assistir:
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