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Pi (filme)
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Pi

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Pi representa para Darren Aronofsky o que Eraserhead (1977) representa para David Lynch. Não só por serem os longas de estreia desses dois cineastas provocadores, mas também pela fotografia em preto & branco e porque as suas histórias se aproximam de um pesadelo.

No filme de Aronofsky, o gênio da matemática Max se vê cada vez mais obcecado em encontrar padrões numéricos em tudo. Segundo sua reiterada narração, seu dom (ou maldição) começou quando, aos seis anos, ficou olhando para o sol por tempo demais. Quando ele aceita decifrar o mercado de ações e o Talmude (livros sagrados dos judeus), os interesses por trás desses segredos o colocam em perigo. Na verdade, perigo maior está na busca obsessiva pela resolução desses problemas, como alerta seu mentor.

Na trama, o sofrimento de Max aparece na forma de uma terrível dor de cabeça, caracterizado no filme com um zunido forte que acompanha as imagens do personagem em agonia. O rapaz está sempre atormentado, nunca consegue relaxar, nem mesmo dar atenção à vizinha que gosta dele. A obsessão leva à paranoia, e a alucinações surrealistas (como o cérebro que ele encontra na plataforma do metrô).

Em seu pequeno apartamento, Max montou um computador, que até nome tem. Ao redor do personagem, as estantes estão repletas de monitores e de CPUs abertos. Fosse esse um filme de David Cronenberg (cineasta que faz parte do mesmo circuito temático de Aronofsky e Lynch), e esses equipamentos se juntariam ao corpo de Max.

Experimentações

Aronofsky se arrisca em experimentações que se encaixam no baixo orçamento à sua disposição para realizar seu filme de estreia e, mais importante, nessa narrativa que pede que tudo soe muito estranho. Assim, a fotografia em preto e branco, escura e muito granulada, se soma aos close-ups extremos, aos desfoques e à câmera trêmula quando necessária. Acima de tudo, porque o ponto de vista é sempre a do perturbado protagonista.

Então, tal como Max, perdemos a noção do que é real e do que é imaginário. Nem tudo é esclarecido, mas faz parte desse jogo no qual a obsessão leva à ruína.

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Ficha técnica:

Pi | 1998 | 84 min | EUA | Direção: Darren Aronofsky | Roteiro: Darren Aronofsky. Sean Gullette, Eric Watson | Elenco: Sean Gullette, Mark Margolis, Ben Shenkman, Pamela Hart, Stephen Pearlman, Samia Shoaib.

Onde assistir:
Pi (filme)
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